A grande maioria das pessoas (pra não dizer todas) possui algum grau de assimetria entre os lados do corpo. Diferenças leves costumam ser bem toleradas. Já alterações maiores, independente de quais sejam, são motivos de queixas no consultório. Na minha rotina, essa situação ocorre mais frequentemente com as mamas.
Quase todas as mulheres apresentam algum grau de diferença entre elas, seja ela de forma, volume ou posição das aréolas. Quando essa alteração é significante, pode causar problemas posturais ou mesmo emocionais.
É influenciada por alterações na própria mama, como diferença de volume glandular, prolongamento lateral, base, implantação no tórax, peso, entre outros. Além disso, patologias da coluna (como escoliose e cifose), alterações na caixa torácica ou mesmo na musculatura podem também interferir nesta simetria.
Além disso, alterações hormonais no período da adolescência, de peso durante a vida, envelhecimento, gestação e amamentação podem determinar ou acentuar uma assimetria pré existente. Contratura capsular em pacientes que colocaram próteses também são causa comum de diferença entre as mamas.
A posição das aréola interfere diretamente na percepção dessa diferença: quando possuem uma alteração de altura ou lateralização maior que 1,5cm, a assimetria é acentuada e costuma ser mais evidente.
Como corrigir a assimetria mamária?
A técnica depende do grau da diferença e da sua causa base. As opções de cirurgia devem ser amplamente discutidas com seu cirurgião:
- Assimetrias discretas a moderadas, em pacientes com volume mamário menor (que possa ser aumentado):
- Mamoplastia de aumento , com colocação de implantes de silicone de volumes diferentes
- Lipoenxertia, colocação de gordura proveniente da própria paciente, com equilíbrio dos volumes das mamas.
- Assimetrias de leve a graves, em pacientes com volume mamário excessivo:
- Mamoplastia redutora , redução de uma ou ambas as mamas, mas em proporções diferentes.
- Assimetrias de leve a graves, em pacientes com ptose (queda da mama):
- Mastopexia com prótese , na qual, durante o procedimento, a diferença pode ser corrigida na retirada de tecido ou na colocação de implantes de volumes diferentes
- Contratura capsular , retirada do implante prévio, juntamente com cápsula envoltória. A inclusão de um novo implante, necessidade de mastopexia associada ou lipoenxertia devem ser individualizados caso a caso.
- Técnicas combinadas
Qual o melhor momento de corrigir?
Nos casos em que a assimetria evidencia-se ou acentua-se durante a puberdade da mulher (com o estímulo hormonal) sua correção torna-se possível apenas após a maturidade e completo desenvolvimento das mamas. Isso ocorre, em média, 2 a 3 anos após a primeira menstruação (menarca).
Já a indicação cirúrgica após a amamentação é possível após 6 a 8 meses do seu término.
As outras causas podem ser tratadas a partir do momento da queixa da paciente, desde que a mesma encontre-se em boa condição de saúde, sem restrições que impeçam a cirurgia ou sua devida recuperação.
Lembrando que alterações hormonais, nódulos benignos, trauma local ou câncer de mama são também possíveis causas de assimetria, mas devem ser devidamente investigadas e tratadas com o devido especialista (mastologista).
Já falei aqui sobre mama tuberosa, que pode ser uma das queixas de assimetria. Se quiser relembrar, clique aqui.
Terei minhas mamas iguais após a cirurgia?
O resultado final depende muito do grau de assimetria e de sua causa base.
A completa simetria é extremamente difícil (mesmo em pacientes não operadas, como disse no início), porém o resultado é, de modo geral, bem satisfatório e harmônico.
Expectativas quanto o resultado e as possibilidades devem ser amplamente discutidas com seu médico.
Outro ponto importante, que aumenta consideravelmente a chance de um procedimento bem sucedido, é sempre consultar-se com um cirurgião plástico especialista e capacitado. Se quiser saber se seu médico é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, clique aqui.