Saiba o que é e como tratar
A deformidade tuberosa da mama, ou síndrome da mama tubular ocorre durante o processo de desenvolvimento da mama, na puberdade.
Embora a causa exata da deformidade seja desconhecida, existem diversas teorias sobre sua origem. A hipótese mais aceita atualmente é a congênita, ou seja, de nascença, sob influência genética (como distúrbio do colágeno, segundo alguns estudos), mesmo que os pais não apresentem sinais desta condição.
Acomete mulheres jovens e pode ser uni ou bilateral. Além disso, a assimetria mamária é muito comum, com prevalência de até 89%.
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O que é a deformidade tuberosa da mama?
É caracterizada pelo desenvolvimento insuficiente da glândula mamária associado ao aumento expressivo da aréola. Dessa forma, a mama assume um formato mais tubular e comprido, com base estreita e mamilos desproporcionais.
Ela desenvolve-se a partir de um tecido fibroso periareolar em forma de anel e dificulta a correta maturação glandular. Esse anel fibroso impede o crescimento mamário horizontal e vertical, com pseudo-herniação do tecido em direção a aréola, que se torna alargada.
A isso, somam-se a ausência ou insuficiência de tecido glandular (que está hipoplásico, ou pouco desenvolvido) abaixo do limite inferior da aréola, adquirindo um aspecto tubular, com constrição de sua base e elevação do sulco inframamário, resultando no formato característico de cone ou tubo.
A aparência do tecido mamário, a assimetria no seu tamanho, bem como sua forma são determinantes para a definição da abordagem terapêutica.
Classificação e gravidade
Podem ser classificadas de acordo com a sua gravidade, que norteia a escolha do tratamento. Há duas classificações principais: a de Grolleau e a de von Heimburg
A classificação de Grolleau descreve três tipos de deformidade:
- Tipo I – mais comum (presente em 54% dos casos). Caracteriza-se por hipoplasia do quadrante inferior medial
- Tipo II – presente em 26% dos casos. Ambos os quadrantes inferiores são hipoplásicos
- Tipo III – mais raro (20% dos casos). Caracteriza-se por constrição grave, com base mínima de mama e deficiência aparente de todos os quadrantes.
A classificação de von Heimburg subdivide o tipo II de Grolleau, sendo o tipo II com pele subareolar normal e o tipo III, com deficiência de pele subareolar associada a hipoplasia parenquimatosa nos quadrantes inferiores medial e lateral.
É possível tratar mama tuberosa?
Sim. A cirurgia para correção da mama tuberosa tem como objetivo reduzir o diâmetro da aréola, descender o sulco mamário, eliminar o anel fibroso com a reorganização tecidual, permitindo um formato mais natural às mamas.
Existe uma variedade de opções para o tratamento, que diferem conforme o grau da malformação. O planejamento cirúrgico requer maior precisão do que as cirurgias tradicionais para o aumento simples da mama.
Assim, o tratamento pode envolver os procedimentos de mastopexia, enxerto de gordura, areoloplastia, incisão de cordões fibrosos e a colocação de próteses de silicone para atingir um resultado mais harmônico (clique nos links se quiser saber mais sobre as respectivas cirurgias).
Como é realizada a cirurgia para a correção de mamas tuberosas?
A cirurgia deve ser realizada em ambiente hospitalar através de anestesia geral. No caso da associação dos procedimentos, a técnica cirúrgica transcorre da seguinte forma:
Em geral, é realizada uma incisão ao redor da aréola – Em casos mais graves, pode ser necessária uma incisão vertical na metade inferior da mama. Através dela o tamanho da aréola é reduzido, permitindo um aspecto mais proporcional ao restante da mama (3 a 4 cm de diâmetro). É possível realocar os tecidos para remodelar o mamilo, se houver necessidade.
Em seguida, a parte inferior da mama é expandida, permitindo que o sulco submamário seja posicionado mais abaixo e a prótese de silicone seja inserida.
Através do implante é possível adicionar volume à mama, que antes apresentava um tamanho muito diminuto. A escolha da prótese depende da preferência da paciente, da avaliação do especialista e das possibilidades oferecidas pela estrutura anatômica.
Em alguns casos, a mama tuberosa pode ter um aspecto muito alongado, apresentando também flacidez. A correção desse aspecto é obtido através da mastopexia, com remoção do excesso de pele e remodelamento glandular.
Em casos mais graves, a inclusão da prótese e remodelamento tecidual podem não ser suficientes para um resultado estético adequando, sendo necessária a lipoenxertia, para complementação de volume insuficiente (hipoplásico) no seu contorno.
Os resultados geralmente são satisfatórios para todos os graus de mama tuberosa, com variação da técnica cicatriz resultante, individualizadas conforme a gravidade de cada caso.