Dra. Marcela Scarpa – Cirurgiã Plástica

O conteúdo descrito abaixo não tem como objetivo substituir a consulta médica, tem caráter informativo destinado aos indivíduos que tenham algum interesse em Cirurgia Plástica. Procure sempre um Cirurgião Plástico habilitado e devidamente registrado na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (http://www.cirurgiaplastica.org.br) e no Conselho Regional de Medicina de seu Estado (CRM).

As Mudanças do Corpo Pela Gravidez e Dicas Para Prevenção e Tratamentos

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Imagens da internet

Já conversamos em uma matéria anterior sobre a possibilidade de engravidar após a abdominoplastia (se quiser relembrar clique aqui). Hoje falaremos sobre as mudanças no corpo resultantes da gestação e possíveis tratamentos para essas alterações!

Durante a gravidez a mulher passa por um aumento hormonal que prepara o corpo para a formação do bebê, o parto e a amamentação. Várias alterações acontecem e podem se manter depois do nascimento do filho. No período, a pele do abdome se distende, há aumento do volume dos seios e frouxidão da musculatura do quadril, tendo como principal consequência a flacidez de pele. O grau dessas mudanças, bem como a manutenção delas no período pós parto, estão diretamente relacionadas ao ganho de peso no período gestacional (sendo ideal entre 9 a 15 quilos, dependendo da altura e peso anteriores à gravidez), idade da futura mamãe, hábitos (como alimentação e prática de atividades) e genética. Vamos falar das principais regiões separadamente para melhor compreensão.

PELE

Aparecimento ou piora de manchas, que tendem a ser mais evidentes em peles mais morenas. São sensíveis ao sol e também à luz artificial.

MAMAS

Aumentam bastante até o terceiro mês e podem até dobrar de tamanho de 3 a 5 dias após o parto, como preparação para o aleitamento. Podem ocorrer assimetrias, principalmente quando um lado é mais estimulado à produção de leite. Esse aumento pode predispor a estrias e queda (ptose) das mamas, com perda de volume.

ABDOME

Ao longo da gravidez os músculos abdominais se alargam para garantir o aumento seguro da barriga. Essa alteração costuma variar durante as gestações – no primeiro filho a sustentação costuma ser um pouco melhor; já no segundo ocorre uma flacidez maior em um músculo que já foi previamente distendido. Esse alargamento da musculatura é a chamada diástase de retos abdominais e pode ser percebida após o parto (Figura 2). A alteração tende a ser pior em pacientes que não praticam atividade física e já tem uma fraqueza prévia local. Com essa fraqueza podem também surgir ou tornarem-se mais evidentes as hérnias.

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fig 2

A pele sofre uma grande distensão e ação hormonal, resultando em flacidez e estrias (principalmente na parte inferior e ao redor do umbigo). Essas estrias ocorrem pelo estiramento e quebra das fibras de colágeno e elastina que sustentam a pele.

Pode ocorrer acúmulo de gordura localizada e potencial ganho de peso.

COXAS/QUADRIL

Ocorre maior retenção hídrica (de água) por ação hormonal, predispondo ao inchaço. Esse aumento de circulação dos hormônios associado ao ganho de peso favorecem o aparecimento de celulite e estrias. A diminuição do retorno venoso pode causar vasinhos e varizes. O acúmulo de gordura na região é também bastante comum.

Mas, o que fazer com essas mudanças?

Durante a gravidez algumas medidas podem ser tomadas para amenizá-las:

  • Hidratação abundante da pele (principalmente com cremes a base de uréia) e ingestão de água para prevenção de estrias;
  • Drenagem linfática podem aliviar o inchaço e causar melhor conforto;
  • Proteção solar em áreas expostas, com reaplicação após 4 ou 6 horas;
  • Evitar, na medida do possível, ganho de peso excessivo (também para saúde do bebê);
  • Realizar atividade física direcionada a gestantes (sempre com supervisão de um profissional de educação física e de seu obstetra);

Após o parto algumas mulheres recuperam facilmente a forma e o corpo prévio, já outras possuem maior dificuldade. A amamentação costuma ser grande aliada para perda de peso,  e é recomendado alternar entre as mamas para diminuir a chance de assimetria.

Para aquelas que não estão satisfeitas, a cirurgia plástica e tratamentos estéticos são opções. Porém só podem ser programados em um período aproximado de 8 meses a 1 ano após o parto e a amamentação deve estar interrompida por pelo menos 6 meses. Não se pode esquecer também o planejamento com os cuidados do bebê, já que as orientações e recuperação cirúrgica iniciais requerem algumas restrições.

As opções de tratamento para as principais alterações (lembrando que devem sempre ser individualizadas para cada caso e paciente):

Nunca é demais insistir no ponto: procure sempre um profissional capacitado e verifique se seu médico é Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (veja aqui) !!

Este texto é de autoria da Dra. Marcela Benetti Scarpa e toda e qualquer forma de reprodução e/ou veiculação somente será permitida mediante prévia autorização por escrito e com indicação de fonte, do contrário, poderá consistir em violação de direitos autorais, conforme a Lei 9.610/98, passível da adoção das medidas cíveis e criminais pertinentes. Para mais informações, acessem nossa Política de Proteção aos Direitos Autorais.

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