De acordo com o consenso popular e algumas listas online, os 30 são os melhores anos da vida.
Com uma situação econômica estável, livre de inseguranças e ainda longe dos desafios dos 40 e 50, muitos dizem que os 30 anos reúnem o melhor da liberdade e da responsabilidade.
Mas o que a ciência realmente tem a dizer sobre os 30 e poucos anos?
Alguns estudos sugerem que 35 anos é a “melhor idade”, e que a verdadeira felicidade começa aos 33. Já a grande maioria dos centenários consideram os 30 anos como a melhor década de suas vidas.
Mas além das conquistas e do amadurecimento emocional, os 30 anos também são responsáveis por grandes momentos, como as mais intensas crises existenciais, aumento da insatisfação profissional e, principalmente às mulheres, o sentimento de tic-tac do relógio biológico.
Então, supostamente, aos 30 anos as mulheres deveriam estar no auge de suas jornadas, sentindo-se confiantes e plenas. No entanto, um estudo realizado recentemente na Inglaterra mostra que as mulheres com idade entre 30 e 49 anos possuem menor confiança corporal quando comparadas a outras faixas etárias.
Ainda segundo o estudo, as britânicas pré “meia-idade” estão mais preocupadas com a aparência do que as adolescentes.
Esse fenômeno ganhou atenção através da parlamentar Jo Swinson, membro do parlamento britânico especializada em pautas sobre mulheres e igualdade de gênero.
De acordo com ela, parte da culpa recai sobre as celebridades que passam por inúmeras cirurgias plásticas e acabam por criar um padrão de beleza inalcançável.
Esses novos parâmetros de beleza baseados em intervenções estéticas e edição de imagem, são responsáveis por gerar um sentimento de frustração e inferioridade nas mulheres comuns.
A parlamentar Jo Swinson falou sobre o assunto após uma pesquisa realizada pelo governo com mais de 3000 britânicas, na qual foi constatado que apenas 57% das mulheres entre 30 e 40 anos estão satisfeitas com sua aparência.
Ao mensurar esse mesmo índice nos outros grupos, temos: 71% das mulheres com idades entre 50 e 64 anos, 64% das mulheres com idade superior a 65 anos, e 63% das mulheres entre 18 e 34 anos.
De acordo com Swinson, a relação entre as celebridades e intervenções estéticas definiu altos padrões de beleza que não podem ser alcançados pela população em geral, principalmente às mulheres entre os 30 e 40 anos, enquanto que as edições e filtros em fotos e capas de revistas causam a impressão de que não é normal ter rugas.
Ela ainda acrescenta que a “invisibilidade” ou a menor expressão de mulheres de meia idade na mídia, exacerbou o problema, já que essas mulheres não se veem representadas.
Já falei sobre a relação entre a autopercepção e a autoestima, assim como sobre as pessoas observam os resultados das intervenções estéticas, nos artigos: