Saiba quais são os fatores que contribuem para o surgimento da condição e os possíveis tratamentos.
A Mama Acessória ou Mama Axilar é uma condição pouco discutida entre as mulheres, mas de grande incidência e que gera desconforto em algumas pacientes.
Algumas mulheres podem notar a presença da Mama Axilar assim que chegam a puberdade, enquanto outras podem passar a vida toda sem desenvolver sintoma algum. A maioria dos casos só é percebida durante a gestação e amamentação.
O que é e de onde vem a Mama Axilar?
O desenvolvimento de tecido mamário extra com mamilos ou aréolas pigmentadas incide tanto em homens quanto em mulheres. Já abordei sobre esse assunto no artigo: Politelia: A presença de Mamilos adicionais
A ocorrência do aumento no número de complexo aréolo-mamilar caracteriza a Politelia, que chega a afetar cerca de 2% a 6% das mulheres, e 1% a 3% dos homens.
As taxas de incidência podem variar de acordo com a etnia e o gênero do paciente, chegando a 1 a 2% em caucasianas e a 5% em mulheres orientais.
Esta condição é caracterizada pela presença de uma ou mais glândulas mamárias adicionais. Seu local mais comum é na região axilar, mas pode manifestar-se em qualquer lugar da crista mamária embrionária, que localiza-se da axila à coxa.
No início do desenvolvimento embrionário, as glândulas mamárias distribuem-se bilateralmente, estendendo-se da região axilar até a região inguinal, próxima a virilha, num fenômeno chamado cristas lácteas ou linhas mamárias.
Com o desenvolvimento do embrião, essas glândulas primitivas regridem e atrofiam, restando apenas duas. Quando a remissão desses tecidos é incompleta, resultam na mama ectópica ou supranumerária.
Algumas mulheres, ao notar o aumento de volume local, confundem-no com excesso de gordura, principalmente quando localizada abaixo das axilas.
Tipos de Mama Axilar e Tratamento
A Mama Axilar é composta por tecido adiposo (gordura) e glândulas mamárias em proporções variadas e é classificada de acordo com a extensão de cada um.
Quando formada predominantemente por tecido mamário, adquire uma textura mais dura, semelhante a da glândula tópica. Ocasionalmente, identifica-se um terceiro mamilo. Esse tipo de Mama Acessória frequentemente aumenta de volume e pode causar desconforto durante o período menstrual.
Os sintomas podem incluir edema e aumento de sensibilidade na região afetada, espessamento da axila, limitação dos movimentos do ombro e irritação causada pelo atrito com o tecido da roupa. Estes sintomas geralmente se agravam no início da puberdade e da gravidez, devido à ação hormonal.
Já a Mama Acessória composta majoritariamente por tecido adiposo é mais comum, e geralmente diagnosticada como pseudo-mama axilar, decorrente de obesidade ou gordura localizada.
Nesses casos, a “falsa mama acessória” apresenta textura macia e mole (como gordura), e pode ser acompanhada de alterações cutâneas, como descamação ou flacidez.
Tratamentos
Os principais tratamentos para a Mama Axilar são a lipoaspiração, a excisão direta ou a combinação de ambos.
Lipoaspiração
A Lipoaspiração pode ser efetivamente empregada para tratar os casos de Mamas Axilares compostas predominantemente por tecido adiposo.
Esse tratamento pode ser aplicado a pacientes com lipohirpertrofia, pseudo-mamas acessórias causadas por obesidade ou gordura localizada nas axilas. Pode ser associada ou não à ressecção do excesso de pele local.
A realização da cirurgia ocorre de acordo com o procedimento padrão, você pode saber mais sobre ele aqui.
Excisão direta
A excisão direta é indicada como tratamento nos casos de Mamas Acessórias compostas majoritariamente por tecido mamário.
Durante o procedimento, é realizada uma incisão em fuso na região da mama supranumerária, com um comprimento variável de acordo com o volume glandular local. Além da remoção da glândula, também pode ser realizado a retirada do excesso cutâneo.
Tratamento Combinado
O tratamento combinado com lipoaspiração e ressecção de tecido glandular é realizado em mamas acessórias mistas, compostas pelos dois tipos de tecidos.
O tecido mamário removido deve sempre ser enviado para análise anatomopatológica já que a glândula mamária supranumerária pode ser acometida pelas mesmas doenças e alterações que comprometem o tecido tópico, apesar do relato de tumores na mama axilar serem raros.
O desenvolvimento de Carcinoma da mama acessória corresponde a 0,3% de todos os tumores da mama (região axilar predominantemente). No entanto, o Fibroadenoma (tumor benigno) é o mais incidente na mama acessória axilar. Idealmente, a ressecção da Mama Acessória deve ser feita após o seu desenvolvimento completo, ao final da puberdade. Ressecções precoces favorecem retiradas parciais com novo crescimento ao longo do desenvolvimento.