Dra. Marcela Scarpa – Cirurgiã Plástica

O conteúdo descrito abaixo não tem como objetivo substituir a consulta médica, tem caráter informativo destinado aos indivíduos que tenham algum interesse em Cirurgia Plástica. Procure sempre um Cirurgião Plástico habilitado e devidamente registrado na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (http://www.cirurgiaplastica.org.br) e no Conselho Regional de Medicina de seu Estado (CRM).

Dismorfia Corporal: Um Alerta Para a Cirurgia Plástica?

Dismorfia Corporal: Um Alerta para a Cirurgia Plástica?
Imagens da internet

Um estudo financiado pelo Instituto Nacional de Saúde de Rhode Island, publicado no ano de 2010 em Annals of Plastic Surgery,  comprovou que apenas dois por cento dos procedimentos cosméticos realmente reduzem a gravidade do Transtorno Dismórfico Corporal (TDC). No entanto, médicos continuam realizando procedimentos solicitados por pacientes que sofrem de TDC.

Katharine A. Phillips, MD, é diretora do programa de imagem corporal do Hospital de Rhode Island e co-autora do artigo.

Dismorfia Corporal: Um Alerta para a Cirurgia Plástica?

Phillips diz: “TDC é um distúrbio psiquiátrico caracterizado pela preocupação com um defeito imaginário, ou até mesmo uma característica comum na aparência, que causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo funcional. A maioria desses indivíduos acredita que têm uma deformidade real e em vez de procurar ajuda psiquiátrica, eles tendem a procurar tratamentos cosméticos para corrigir”.

Phillips e Canice CrerandPhDs do Hospital Infantil da Filadélfia, relataram em estudos anteriores que o TDC tornou-se relativamente comum entre indivíduos que receberam cirurgia estética, com taxas relatadas de 7 a 8% em pacientes de cirurgia plástica nos Estados Unidos.

Dismorfia Corporal: Um Alerta para a Cirurgia Plástica?

Mesmo com a alta frequência daqueles com TDC procurando e recebendo procedimentos cosméticos, poucos estudos investigaram mais especificamente os resultados clínicos dos tratamentos cosméticos, cirúrgicos e minimamente invasivos (como peelings químicos, microdermoabrasão e preenchimento com ácido hialurônico).

Pesquisadores desse estudo relatam que, em uma pequena amostragem de 200 indivíduos com TDC, 31% procuraram e 21% receberam tratamento cirúrgico ou minimamente invasivo para os sintomas do TDC. Porém, quase todos esses indivíduos continuaram a ter os mesmo sintomas após os procedimentos, e alguns desenvolveram novas preocupações com a aparência.

Dismorfia Corporal: Um Alerta para a Cirurgia Plástica?

De acordo com a pesquisa, os procedimentos cirúrgicos mais procurados por pacientes de TDC foram Rinoplastia e o Aumento dos Seios, enquanto os tratamentos minimamente invasivos mais comuns foram  Preenchimento com Ácido Hialurônico e a Microdermoabrasão.

Três quartos de todos os procedimentos solicitados envolveram características faciais. Os resultados também indicam que mais de um terço dos pacientes receberam vários procedimentos.

Apurou-se também que 20% dos procedimentos solicitados não foram atendidos. O motivo mais comum foi o custo elevado (30%), seguido pela recusa do médico em realizar o procedimento (26%) .

Os resultados também indicam que os médicos desses casos tinham menor probabilidade em recusar tratamento cirúrgico ou minimamente invasivo do que outros procedimentos como dermatológicos, odontológicos, entre outros.

Para Phillips“Isso sugere que muitos cirurgiões não estavam cientes do TDC do paciente ou não consideram o transtorno uma contraindicação ao tratamento. Em uma pesquisa com 265 cirurgiões cosméticos, apenas 30% acreditavam que o TDC era uma contra indicação à cirurgia”.

A longo prazo, os resultados dos procedimentos apresentam modesta melhora na auto avaliação corporal do paciente, correspondendo a apenas 25% dos casos analisados. No geral, somente 2% dos pacientes que realizaram uma intervenção estética apresentaram melhora significativa nos aspectos globais do TDC.

Através dos dados coletados, os pesquisadores concluíram que os estudos forneceram informações novas e mais detalhadas sobre a realização e o resultado dos procedimentos cirúrgicos, e a conclusão indica a necessidade de investigar melhor esse assunto em pesquisas futuras.

Entretanto, os especialistas precisam estar cientes de que tratamentos psiquiátricos para o TDC, como a terapia cognitivo-comportamental, parecem ser mais eficazes do que o prórpio procedimento cirúrgico.

FONTE: https://goo.gl/dTZquB

Este texto é de autoria da Dra. Marcela Benetti Scarpa e toda e qualquer forma de reprodução e/ou veiculação somente será permitida mediante prévia autorização por escrito e com indicação de fonte, do contrário, poderá consistir em violação de direitos autorais, conforme a Lei 9.610/98, passível da adoção das medidas cíveis e criminais pertinentes. Para mais informações, acessem nossa Política de Proteção aos Direitos Autorais.

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