Mentoplastia – Cirurgia Plástica do Queixo
O conteúdo descrito abaixo não tem como objetivo substituir a consulta médica, tem caráter informativo destinado aos indivíduos que tenham algum interesse em Cirurgia Plástica. Procure sempre um Cirurgião Plástico habilitado e devidamente registrado na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (http://www.cirurgiaplastica.org.br) e no Conselho Regional de Medicina de seu Estado (CRM).
O que é a mentoplastia?
Mentoplastia é a cirurgia para avanço ou retrusão do mento (queixo). Está indicada para pacientes com alteração do perfil facial com microgenia/hipomentonismo ou macrogenia/hipermentonismo, porém com uma oclusão (mordida) adequada.
Como saber se o mento é harmônico no perfil facial?
O mento, em um perfil facial harmônico, deve estar 2mm atrás a uma linha vertical traçada a partir do ponto subnasal (encontro do nariz com o lábio superior); considerando, naturalmente, que esse ponto esteja localizado correto. Nessa mesma linha geralmente passa o ponto mais projetado do lábio inferior. Lembramos sempre que os “queixos” masculinos tendem a ser mais projetados que os femininos.
Devemos também considerar no planejamento cirúrgico a altura do mento, que deve estar condizente com a proporção entre os terços faciais e suas subdivisões.
Quais as possíveis técnicas e seus benefícios? Quais as complicações?
• Cirurgia de avanço de mento (osteotomia basilar da mandíbula): nesta cirurgia há a secção da parte óssea da mandíbula e sua refixação com placas e parafusos em uma posição facial mais harmônica. Pode ser realizada tanto para avanço quanto recuo de mento. Como não há implantes locais, há chance muito baixa de extrusão de materiais e infecção. Devido ao fato da incisão óssea passar próxima ao nervo regional, há uma chance de alterações de sensibilidade local (geralmente é recuperada com o passar do tempo). Como ponto negativo temos o custo maior do procedimento devido ao material utilizado.
• Implante de Porex (polietileno poroso): material biocompatível com tecido ósseo. Há diversos formatos e tamanhos. Não necessita de fratura óssea, tem menor chance de complicações relacionadas ao nervo e não causa os danos ósseos em uso prolongado (como os observados em próteses de silicone). Por ser material externo há o risco (ainda que baixo) de infecção e extrusão da prótese. O custo também é mais alto, relacionado ao preço do material utilizado.
• Implante de silicone: técnica mais simples e mais barata. Como desvantagem temos o desgaste ósseo em seu uso prolongado (podendo inclusive afetar raízes dentárias), o deslocamento superior da prótese (facilitado pela contração dos músculos locais, com aspecto inestético e apagamento do sulco lábio-mentoniano), além o risco de infecção e extrusão do implante.
Em quais pacientes o resultado é mais adequado?
Geralmente o resultado é mais satisfatório em pacientes em que há um sulco lábio-mentoniano raso e inclinação adequada dos dentes inferiores. Por outro lado, pacientes com esse sulco profundo e alterações da inclinação dentária ou mordida possivelmente serão beneficiados por outros procedimentos, a depender da avaliação individual.
Onde se localizam as cicatrizes?
Há duas formas para realização da cirurgia (independentemente da técnica):
• Intra-oral: de minha preferência e realizada na grande maioria dos casos, a cicatriz fica inaparente dentro da boca.
• Submentoniana: casos de exceção, fica uma cicatriz “disfarçada” abaixo do queixo do paciente.
Qual anestesia é utilizada?
A cirurgia pode ser realizada sob anestesia local e sedação ou anestesia geral. É uma indicação conjunta do cirurgião e seu anestesista de confiança, levando em conta as comorbidades do paciente, o tempo cirúrgico e associação a outros procedimentos.
Qual o período de intenção?
Em média de 6 a 12 horas, podendo estender-se de acordo com cada paciente e/ou procedimentos associados.
Quanto tempo dura a cirurgia?
Normalmente, em torno de 60 a 90 minutos. Dependendo da técnica utilizada, existem detalhes que podem prolongar este tempo. Entretanto, o ato cirúrgico não deve ser confundido com o tempo de permanência do paciente no ambiente de centro cirúrgico Esta permanência envolve também o período de preparo anestésico e recuperação pós-operatória. Seu médico poderá lhe informar quanto ao tempo total.
Há dor no pós-operatório?
Podem ocorrer maior sensibilidade ou pequenos surtos de dor, perfeitamente tratados com o uso de analgésicos (prescritos na alta hospitalar).
Posso ficar com alteração de sensibilidade após a cirurgia?
A parestesia é comum e ocorre na região do lábio inferior. Essa alteração é geralmente temporária, porém, em raros casos, pode permanecer por tempo indeterminado.
A cirurgia pode ser associada à rinoplastia?
Sim, esse procedimento é a chamada perfiloplastia, que tem o objetivo de atingir proporções faciais mais harmônicas.
Recomendações pós-operatórias
• Evite esforços. Respeite os limites do seu corpo.
• Realizar bochecho com enxaguante bucal sem álcool 4x ao dia.
• Alimentação fria e macia nos primeiros dias. É importante alimentar-se de forma correta e equilibrada!
• Durma com a cabeceira elevada e barriga para cima.
• Não se exponha ao sol ou iluminação fluorescente (bronzeamento artificial) enquanto apresentar equimoses (manchas roxas), pois elas podem se transformar em manchas, levando longos períodos para desaparecerem. Os roxos geralmente somem em torno de 2 a 4 semanas, porém este período é variável para cada pessoa.
• Em caso de incisão externa, as cicatrizes não podem apanhar sol diretamente por um período de 18 meses. Utilize bloqueadores solares, mesmo quando estiverem cobertas.
• O retorno às atividades habituais e ao trabalho varia de acordo com a resistência de cada indivíduo e ao tipo de profissão exercida, com uma média de 7 a 10 dias.
• Obedeça à prescrição médica. Só utilize medicações prescritas pelo seu médico. Não fazer uso de medicamentos, pomadas, cremes ou massagens indicadas por vizinhos, amigos ou outras pessoas, por mais inofensivas que elas pareçam ser.
Retorne ao consultório para os curativos subsequentes
