O conteúdo descrito abaixo não tem como objetivo substituir a consulta médica, tem caráter informativo destinado aos indivíduos que tenham algum interesse em Cirurgia Plástica. Procure sempre um Cirurgião Plástico habilitado e devidamente registrado na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (http://www.cirurgiaplastica.org.br) e no Conselho Regional de Medicina de seu Estado (CRM).
A mamoplastia de aumento, mais conhecida como “prótese de mama”, é a cirurgia de inclusão de implantes mamários de silicone. Atualmente, é um dos procedimentos mais realizados por cirurgiões plásticos no Brasil, representando 22,5% das cirurgias. Pacientes incomodadas com o tamanho reduzido das mamas, aquelas cuja perda de peso ou gravidez alteraram sua forma, ou ainda portadoras de assimetrias, podem se beneficiar da colocação dessas próteses.
Aprovados pelo FDA (Food and Drug Administration) e ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os implantes são revestidos de elastômero de silicone, preenchidos com gel coesivo. Podem variar em formas, texturas e perfis. Os mais utilizados em cirurgia estética são os redondos, mas também existem os anatômicos (utilizados em reconstrução mamária pós-mastectomia) e cônicos (utilizados em casos estéticos específicos).
Essa é uma parte delicada do planejamento cirúrgico. Devem ser respeitadas as características físicas individuais, como altura, idade, dimensão do tórax, quantidade e elasticidade da pele (cobertura cutânea), além do próprio tecido mamário. Essas características são alinhadas com as expectativas da paciente. O cirurgião, após a consulta inicial e o exame físico, sugere o tamanho mais adequado para cada caso, e a decisão sobre o tamanho final é compartilhada com a paciente.
A localização do implante depende da quantidade de tecido mamário e da espessura da pele da paciente. O implante pode ser colocado entre o tecido mamário e o músculo peitoral (posição subglandular), entre a fáscia peitoral e o músculo peitoral (posição subfascial) ou abaixo do músculo peitoral maior (posição submuscular – Figura 2). Geralmente, a colocação do implante na posição subglandular ou subfascial é preferida quando há tecido mamário suficiente. Em pacientes muito magras ou com histórico familiar de câncer de mama, a colocação submuscular pode ser recomendada.
Geralmente, não. O pós-operatório é bastante confortável, desde que as instruções médicas sejam seguidas. Eventualmente, pode ocorrer alguma dor, mais comum em próteses submusculares, mas que é facilmente controlada com os analgésicos prescritos. Evite a automedicação.
A cirurgia pode ser realizada sob anestesia local com sedação ou anestesia geral. A escolha da anestesia é uma decisão conjunta entre o cirurgião e o anestesista, levando em consideração os critérios clínicos e a segurança da paciente.
O procedimento cirúrgico dura, em média, 60 minutos. No entanto, o tempo total no centro cirúrgico inclui a preparação anestésica e a recuperação pós-operatória. O médico poderá informar o tempo total necessário.
Em geral, a paciente recebe alta no mesmo dia da cirurgia. No entanto, o período de internação pode variar dependendo da evolução e do conforto da paciente no pós-operatório.
Existem três vias principais de acesso para a colocação da prótese mamária: o sulco inframamário (no polo inferior da mama, onde a mama encontra o tórax – via mais comum), a periareolar (indicada para pacientes com aréolas grandes, com a cicatriz localizada na metade inferior da aréola) e a via axilar.
Sim. Não existem próteses definitivas, portanto, deve-se considerar a necessidade de novas cirurgias no futuro. Não há um prazo fixo para a troca, sendo a decisão baseada em critérios clínicos e exames de imagem.
Existem algumas situações em que a troca dos implantes é indicada. Com o passar do tempo, as próteses podem sofrer desgaste, causando pequenas rupturas, dor e desconforto. Outra razão para a troca é a contratura capsular (situação confirmada por exames de imagem como ultrassom ou ressonância magnética). Além disso, mudanças no peso e a flacidez natural das mamas com o envelhecimento podem exigir uma nova cirurgia com mastopexia (lifting das mamas) e troca dos implantes.
Não. Em caso de ruptura da prótese, o material é coeso (não vaza) e inerte (não é prejudicial à saúde).
A contratura capsular é o espessamento de um tecido cicatricial que se forma ao redor da prótese. Esse tecido pode, ao longo dos anos, tornar-se espesso e causar desconforto, dor e até deformidade da mama. Em casos graves, é necessária a troca da prótese e a remoção da cápsula formada. Nem todas as pacientes desenvolvem contratura capsular, e não é possível prever a probabilidade de sua formação.
Não. As próteses mamárias não prejudicam o diagnóstico de câncer de mama nem a avaliação de nódulos. Atualmente, é possível realizar mamografias em pacientes com próteses. É importante informar a presença do implante antes do exame para que seja usada a técnica adequada.
Em relação à amamentação, fatores como a via de acesso para a colocação da prótese e o volume do implante podem influenciar. Implantes muito grandes podem comprimir o tecido glandular e funcionar como um fator traumatizante local. No entanto, a resposta da glândula mamária aos hormônios da gestação é variável, e não há uma regra geral que determine a produção ou a quantidade de leite. Quanto maior a alteração cirúrgica na arquitetura local, maiores as chances de haver prejuízo no aleitamento.
Em relação ao resultado estético, ele pode ou não ser preservado após a amamentação, assim como acontece com mulheres que não possuem implantes.