Dra. Marcela Scarpa

Dermolipectomia de Membros Inferiores – Lifting de Coxas / Cruroplastia

O conteúdo descrito abaixo não tem como objetivo substituir a consulta médica, tem caráter informativo destinado aos indivíduos que tenham algum interesse em Cirurgia Plástica. Procure sempre um Cirurgião Plástico habilitado e devidamente registrado na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (http://www.cirurgiaplastica.org.br) e no Conselho Regional de Medicina de seu Estado (CRM).

O que é a Dermolipectomia dos Membros Inferiores (Coxas)? Quando esta cirurgia pode ser indicada?

A dermolipectomia dos membros inferiores é uma cirurgia que consiste na remoção do excesso de pele das coxas, podendo ou não ser associada à lipoaspiração. Esse procedimento é indicado para pacientes que apresentam flacidez e excesso de pele após grande perda de peso ou devido às mudanças corporais associadas ao envelhecimento. Nessas situações, há uma predominância de pele em relação à gordura nessa região.
Em casos selecionados, onde há apenas acúmulo de gordura sem excesso significativo de pele (lipodistrofia), pode ser indicada apenas a lipoaspiração local.

Existem diferentes técnicas para realizar esta cirurgia? Como ficarão as cicatrizes?

Sim, existem diferentes técnicas para a realização desta cirurgia. A escolha da técnica depende da quantidade de pele a ser removida e do grau de flacidez, resultando em diferentes tipos de cicatrizes. Essas cicatrizes são planejadas para serem o mais discretas possível, mas nem sempre podem ser completamente ocultadas pelas roupas. O formato e a localização das cicatrizes variam de acordo com a técnica utilizada:

  • Retirada de um fuso de pele horizontal na região superior e medial da coxa, deixando uma cicatriz na virilha.
  • Retirada de um fuso de pele vertical na parte interna da coxa, que pode se estender da virilha até o joelho.
  • Retirada de dois fusos de pele: um horizontal, na parte superior da virilha, e outro vertical, na parte interna da coxa, deixando uma cicatriz em formato de “T” invertido (combinação das duas técnicas anteriores – Figura 1).
figura 1

Quanto tempo dura o ato cirúrgico?

A cirurgia dura, em média, de 3 a 5 horas, podendo aumentar se for associada à lipoaspiração.

Em quanto tempo atingirei o resultado definitivo?

Nos primeiros meses, as coxas podem apresentar insensibilidade relativa e períodos de inchaço, que devem regredir espontaneamente. Durante essa fase, as coxas podem apresentar um aspecto “esticado”, “plano” e/ou com algumas irregularidades, além de áreas mais edemaciadas que outras. Com o passar dos meses, o resultado definitivo vai sendo alcançado gradualmente. Não se deve considerar o resultado como definitivo antes de 12 a 18 meses de pós-operatório. Tratamentos complementares com esteticistas ou fisioterapeutas, aliados a uma dieta balanceada e à prática de exercícios físicos, podem melhorar consideravelmente o resultado final, sempre sob a orientação do cirurgião plástico. A modelagem muscular também é importante para o novo contorno corporal.

Qual o período de internação?

O tempo de internação depende da evolução do pós-operatório, das comorbidades do paciente e dos procedimentos associados.

O pós-operatório é muito doloroso?

A dor é mais intensa nos primeiros dois ou três dias, mas melhora gradativamente. O desconforto é facilmente manejado com o uso de medicações analgésicas prescritas, desde que as orientações médicas sejam seguidas corretamente.

Em quanto tempo poderei retornar às minhas atividades habituais?

O tempo de retorno às atividades varia conforme o tipo de atividade, a quantidade de gordura retirada, a extensão do excesso de pele removido, a evolução do pós-operatório e a resistência individual à dor. Geralmente, é recomendado repouso maior nos primeiros dias. A maioria dos pacientes retorna ao trabalho entre o 21º e o 30º dia. Atividades físicas leves podem ser iniciadas a partir do 30º dia, aumentando gradativamente conforme a evolução de cada caso e sempre sob a supervisão do cirurgião plástico.

Recomendações pós-operatórias:

  • Repousar.
  • Usar malha elástica continuamente.
  • Evitar movimentos amplos (abrir muito as pernas, caminhar rapidamente, correr, dirigir, carregar peso, etc.).
  • Manter uma alimentação normal (salvo em casos especiais), recomendando-se uma dieta rica em proteínas (carnes, ovos, leite), verduras (principalmente as de folhas verde-escuras, como espinafre, couve, brócolis), legumes e frutas. Evitar doces, gorduras e frituras, pois são muito calóricos e podem prejudicar o resultado final da cirurgia. Manter uma alimentação correta e equilibrada é fundamental!
  • Não se expor ao sol ou à iluminação fluorescente (bronzeamento artificial) enquanto houver equimoses (manchas roxas), pois elas podem se transformar em manchas permanentes. Essas manchas geralmente desaparecem em torno de 4 a 6 semanas, mas esse período pode variar.
  • As cicatrizes não devem ser expostas diretamente ao sol por um período de 18 meses. Utilize bloqueadores solares, mesmo quando as cicatrizes estiverem cobertas.
  • O retorno às atividades habituais e ao trabalho varia conforme a resistência de cada pessoa, sendo recomendado entre 21 e 30 dias. Exercícios físicos leves podem ser iniciados após 30 a 40 dias, de forma gradual e sempre sob a orientação do cirurgião.
  • Seguir rigorosamente a prescrição médica. Utilizar apenas as medicações prescritas pelo seu médico. Não usar medicamentos, pomadas, cremes ou fazer massagens recomendadas por outras pessoas, por mais inofensivas que pareçam.

Retorne ao consultório para os curativos subsequentes e o acompanhamento pós-cirúrgico nas datas e horários estipulados.

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