O conteúdo descrito abaixo não tem como objetivo substituir a consulta médica, tem caráter informativo destinado aos indivíduos que tenham algum interesse em Cirurgia Plástica. Procure sempre um Cirurgião Plástico habilitado e devidamente registrado na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (http://www.cirurgiaplastica.org.br) e no Conselho Regional de Medicina de seu Estado (CRM).
É a cirurgia para correção dos ossos da face e dentes, indicada quando o aparelho ortodôntico não é suficiente para reestabelecer a harmonia facial e melhor oclusão (ou mordida). Tem sua semântica do latim “orto” que significa correto e “gnatus” de maxilares.
A cirurgia ortognática é indicada para pacientes com desarmonia facial em que a deformidade óssea associada não permite a movimentação correta dos dentes, além de uma posição aceitável de mordida apenas com o tratamento ortodôntico. Há também a situação em que, apesar de aceitável, a movimentação é instável. Ambas as situações podem desencadear problemas como: retração gengival, desgaste na articulação têmporo-mandibular, perdas dentárias, etc.
As principais causas para deformidades ósseas são distúrbios de crescimento, síndromes e anomalias específicas, origem genética, traumas de face, dentre outras.
O preparo é longo e pode durar de 12 a 24 meses de tratamento ortodôntico. Esse tempo, porém, é variável e depende do grau de deformidade a ser corrigida.
A cirurgia deve ser indicada após o crescimento completo dos ossos faciais, que geralmente ocorre após os 17 anos. Exames para avaliação de idade óssea podem ser solicitados.
O tempo é variável de acordo com a extensão da cirurgia e grau de deformidade. Cirurgia de mandíbula ou maxila isoladas podem levar de 2 a 4 horas, enquanto cirurgias combinadas (maxilo-mandibulares) podem durar de 6 a 7 horas.
Geralmente realizada sob anestesia geral, pelo médico anestesiologista, de acordo com critérios clínicos de segurança para o paciente.
O tempo de internação varia de acordo com a evolução e conforto pós-operatório, com uma média de 3 dias. Pode estender-se de acordo com cada paciente e/ou procedimentos associados.
A maior parte do procedimento é realizado através de acesso intra-oral, não deixando cicatrizes aparentes. Duas cicatrizes pontuais em cada bochecha são realizadas para cirurgia de mandíbula, porém são perfeitamente camufladas e pouco perceptíveis.
A parestesia é comum principalmente em cirurgias com movimento mandibular, ocorrendo na região do lábio inferior. Essa alteração é geralmente temporária, porém, em raros casos, pode permanecer por tempo indeterminado.
A internação em centro de tratamento intensivo pode ser necessária de 12 a 48 horas apó o procedimento. Está associada à monitorização adequada após cirurgias de grande porte.
O novo posicionamento dos dentes ocorre através de fraturas ósseas da face, estabilização e fixação através de placas e parafusos de titânio. A manutenção inicial se dá através de elásticos, que mantém a oclusão (mordida) ideal. Essa situação é mantida até que haja ossificação e cicatrização óssea segura, o que compreende um tempo médio de 6 a 8 semanas. Durante esse período será permitido apenas alimentação batida em liquidificador.
Nos primeiros dias de pós operatório a higiene é realizada com enxaguante bucal sem álcool. Seguindo sempre a orientação do seu médico, você poderá iniciar escovação delicada com uma escova macia e infantil.
O retorno às atividades diárias é gradativo e variável. Nos primeiros dias deve-se observar a importância do repouso, cabeceira elevada e manter orientações pós operatórias. Em geral o retorno ocorre entre 14 a 21 dias (de acordo com a função exercida pelo paciente). O retorno às atividades físicas é liberado com 8 semanas.
O resultado de uma cirurgia ortognática persiste por longo tempo. Após alguns anos, poderão ocorrer algumas alterações morfológicas na oclusão, decorrentes do processo de envelhecimento do paciente (assim como qualquer parte do organismo).
A cirurgia ortognática apresenta pós-operatório geralmente confortável. Eventuais desconfortos são facilmente tratados com analgésicos receitados no pós operatório. Evite a automedicação.
Recomenda-se com a cabeceira elevada (três travesseiros em dorso) e a face voltada para cima, preferencialmente no primeiro mês de pós operatório.
Enquanto houver manchas roxas (equimoses), deve-se evitar a exposição solar.
Até que se atinja o resultado almejado, diversas fases evolutivas são características deste tipo de cirurgia. Assim, edemas (inchaço), “manchas” de infiltrado sanguíneo e dificuldade respiratória nos primeiros dias são comuns. Alguns apresentarão estes fenômenos com menor intensidade que outros.
Edema maior é percebido mais comumente em cirurgias que envolvam a mandíbula, sendo mais acentuado nos primeiros quatro dias e com início de sua regressão após o décimo dia de pós operatório. Porém, a regressão total só pode ser percebida após o 3º ou 4º mês após o procedimento.
Toda e qualquer preocupação de sua parte deverá ser transmitida ao seu cirurgião.
Pode ocorrer, inicialmente, alguma limitação de abertura bucal e dificuldade mastigatória. Essa limitação será recuperada com a ajuda de fisioterapia no pós operatório inicial e orientação de exercícios musculares.
A conclusão do tratamento dependerá do grau da deformidade prévia ao procedimento. Porém, como a cirurgia é realizada sob um planejamento rigoroso, normalmente este tempo é inferior à terapia ortodôntica inicial.
• Evite esforços, principalmente na 1ª semana.
• Durma com a barriga para cima e cabeceira elevada
• Evite alimentos excessivamente quentes nos primeiros 3 dias. Ingerir apenas alimentos batidos em liquidificador. A evolução da dieta será gradual e sempre sob orientação do seu médico. É importante alimentar-se de forma correta e equilibrada!
• Higienize a boca com enxaguante bucal sem álcool pelo menos 4 vezes ao dia.
• Realize compressas geladas na face 4 vezes ao dia (não utilizar gelo!)
• Mantenha a contenção com elásticos. Não manipule a região sem orientação médica.
• Não se exponha ao sol ou iluminação fluorescente (bronzeamento artificial) enquanto apresentar equimoses (“roxos”), pois elas podem se transformar em manchas, levando longos períodos para desaparecerem. Tais roxos geralmente somem em torno de 3 a 4 semanas, porém este período é variável para cada pessoa.
• O retorno às atividades habituais e ao trabalho varia de acordo com a resistência de cada indivíduo, em média entre 14 a 21 dias. Exercícios físicos mais leves podem ser iniciados com 60 dias, de forma gradativa.
• Obedeça à prescrição médica. Só utilize medicações prescritas pelo seu médico. Não fazer uso de medicamentos, pomadas, cremes ou massagens indicadas por vizinhos, amigos ou outras pessoas, por mais inofensivas que elas pareçam ser.
Retorne ao consultório para os curativos subseqüentes e acompanhamento pós-cirúrgico, nos dias e horários estipulados.