A ptose palpebral pode prejudicar a visão ou apresentar-se apenas como queixa estética do paciente, já que na região dos olhos, pequenas alterações podem ser muito perceptíveis.
O que é ptose palpebral?
A ptose palpebral apresenta-se como a queda da pálpebra superior, que pode afetar um ou ambos os olhos.
Figura 2.
Como pode ser classificada?
Na posição normal, com o paciente olhando para o horizonte (posição primária do olhar), a pálpebra deve cobrir 1 a 2 milímetros da íris (a parte colorida dos olhos) – Figura 2. Com referência nessa informação, a ptose palpebral pode ser classificada como:
– leve: a pálpebra está mais abaixo do que sua posição ideal, porém não atinge a pupila (bolinha escura dentro da íris). Pacientes com esse quadro apresentam geralmente queixa estética.
– moderada: a pálpebra atinge a pupila, sem cobri-la. Nesse ponto, além do desconforto estético, geralmente o paciente já se queixa de dificuldade na visão.
– severa: a pálpebra cobre totalmente a pupila, com prejuízo significativo na visão.
Além disso, a ptose pode estar presente desde o nascimento (congênita) ou se desenvolver ao longo do tempo (adquirida).
Quais são os tipos de ptose palpebral?
Existem vários tipos de ptose palpebral, classificados com base em sua causa:
1. Ptose congênita: presente ao nascimento, geralmente causada por um desenvolvimento inadequado dos músculos que abrem a pálpebra.
2. Ptose involucional: comum em idosos, ocorre com o envelhecimento, pelo alongamento ou desinserção do músculo levantador da pálpebra.
3. Ptose neuromuscular: resultado de doenças afetam os nervos e músculos, como a miastenia gravis.
4. Ptose traumática: causada por lesões ou traumas diretos na pálpebra ou nos nervos que a controlam.
5. Ptose mecânica ou pseudoptose: ptose mecânica causada por um peso externo na pálpebra superior, não relacionada à alteração de função propriamente dita. São exemplos fatores como tumores, inflamações ou cicatrizes.
6. Pseudoptose: a posição da pálpebra é adequada, porém o excesso de pele presente, ou de bolsas de gordura dão a impressão de ptose palpebral.
Qual o tratamento para a ptose palpebral?
O tratamento da ptose palpebral depende da sua causa e da gravidade. As opções de tratamento incluem:
– Cirurgia: envolvem o fortalecimento do músculo levantador da pálpebra ou a fixação da pálpebra a outras estruturas (como a região frontal – testa, em casos graves). A técnica empregada depende da gravidade e exame da função muscular presente.
– Tratamento de condições neuromusculares: se a ptose for causada por uma condição médica subjacente, como a miastenia gravis, o tratamento da doença primária pode melhorar a ptose. A cirurgia, se indicada, deverá ser realizada após a estabilização da causa base.
– Correção cirúrgica de traumatismos: envolve a reconstrução da anatomia local lesionada.
– Retirada cirúrgicas de tumores, cicatrizes ou outros fatores que impeçam a abertura do olho
– Blefaroplastia nos casos de pseudoptose
Qual o tipo de anestesia?
A cirurgia pode ser realizada sob anestesia local e sedação ou anestesia geral. É uma indicação conjunta entre o cirurgião e seu anestesista de confiança, levando em conta as comorbidades do paciente e associação a outros procedimentos.
Qual o período de internação?
Em média de 6 a 12 horas, podendo estender-se de acordo com cada paciente e/ou procedimentos associados.
Quanto tempo dura a cirurgia?
O tempo cirúrgico depende da causa base da ptose. Causas não traumáticas duram, em média, 30 minutos a 1h de procedimento. Entretanto, o ato cirúrgico não deve ser confundido com o tempo de permanência do paciente no ambiente de centro cirúrgico. Esta permanência envolve também o período de preparo anestésico e recuperação pós-operatória. Seu médico poderá lhe informar quanto ao tempo total.
Há dor no pós-operatório?
É normal experimentar algum desconforto após a cirurgia, mas a dor é geralmente controlada com medicações prescritas na alta hospitalar.
Os olhos ficam muito inchados? Por quanto tempo?
O edema varia de paciente para paciente, sendo os 3 primeiros dias pós cirúrgicos os de maior desconforto. O uso de óculos escuros poderá ser útil nesta fase, assim como a utilização de compressas frias. Somente após o 2-3º mês é que poderemos dizer que o edema terá aspecto residual.
Quando atingirei o resultado definitivo?
Após o 3º mês já teremos um resultado praticamente definitivo.
As cicatrizes são visíveis? Onde se localizam?
As linhas de incisão são planejadas para deixar as cicatrizes bem escondidas dentro das estruturas naturais da região (a técnica depende da causa e gravidade): nas dobras das pálpebras superiores em casos de cirurgias de tratamento muscular, sem cicatrizes, na parte interna das pálpebras ou mesmo pequenas incisões de milímetros no supercílio. Em casos de traumas ou tumores, as cicatrizes dependem logicamente, da localização de tais eventos.
RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS:
- Evite esforços. Respeite os limites do seu corpo.
- Realizar compressas de água filtrada gelada sobre os olhos ajuda a diminuir o tempo de edema e proporciona certo conforto pós-operatório. Recomendamos sua utilização a cada 2 horas por 15 minutos, de 3 a 7 dias. Não usar gelo!
- Alimentação normal (salvo em casos especiais). Recomendamos alimentação hiperproteica (carnes, ovos, leite), verduras (principalmente as verde-escuras, como espinafre, couve, brócolis, etc.), legumes e frutas. É importante alimentar-se de forma correta e equilibrada!
- Utilize óculos escuros continuamente, protegendo-se da luz e do vento.
- Não coce os olhos.
- Não utilize maquiagem nos olhos durante pelo menos 1 mês.
- Durma com a cabeceira elevada e barriga para cima.
- Não se exponha ao sol ou iluminação fluorescente (bronzeamento artificial) enquanto apresentar equimoses (“roxos), pois elas podem se transformar em manchas, levando longos períodos para desaparecerem. Geralmente as equimoses somem em torno de 2 a 4 semanas, porém este período é variável para cada pessoa.
- As cicatrizes não podem apanhar sol diretamente por um período de 18 meses. Utilize bloqueadores solares, mesmo quando estiverem cobertas.
- O retorno às atividades habituais e ao trabalho varia de acordo com a resistência de cada indivíduo e ao tipo de profissão exercida, com uma média de 7 a 10 dias.
- Obedeça à prescrição médica. Só utilize medicações prescritas pelo seu médico. Não fazer uso de medicamentos, pomadas, cremes ou massagens indicadas por vizinhos, amigos ou outras pessoas, por mais inofensivas que elas pareçam ser.
Retorne ao consultório para os curativos subsequentes e acompanhamento pós-cirúrgico, nos dias e horários estipulados.