Uma das mais renomadas instituições de ensino da Austrália, a University of Sydney, vem desenvolvendo pesquisas ao longo dos anos sobre os benefícios do uso do protetor solar desde a infância.
Este estudo foi realizado através de análises comparativas entre australianos que usavam protetor solar diariamente desde a infância e os que raramente usavam, ou não usavam. Como resultado, constatou-se que os cidadãos australianos em idades entre 18 e 40 anos, que aplicavam o protetor solar desde a infância, reduziram em 40% o risco de desenvolver melanoma.
O que é melanoma?
De acordo com o site da organização americana Melanoma Research Foundation: “Melanoma é geralmente, mas nem sempre, um câncer da pele. Se origina dos melanócitos – as células que produzem o pigmento melanina que colore a pele, o cabelo e os olhos. Os melanócitos também formam pintas na pele, onde o melanoma geralmente se desenvolve. A presença desses sinais pode ser um fator de risco para melanoma, mas é importante frisar que a maioria deles não oferece risco de malignização”.
Esse tipo de câncer é o mais recorrente em cidadãos australianos, sendo diagnosticado como principal causa de câncer entre homens de 25 a 49 anos. Entre mulheres nesta mesma faixa etária, o melanoma encontra-se em segundo lugar, atrás apenas do câncer de mama.
Quais são as causas de melanoma?
Pesquisas sugerem que aproximadamente 90% dos casos de melanoma podem ter conexão com à exposição a raios UV (ultravioleta) – que são emitidos na maioria das vezes pelo sol, ou menos frequentemente, por fontes artificiais, como as câmaras de bronzeamento artificial.
Porém, sua origem pode ser em qualquer melanócito presente no corpo, até mesmo naqueles não expostos ao sol. Os raios ultravioletas nem sempre são os responsáveis pelo seu desenvolvimento, a exemplo do melanoma mucoso e ocular.
O histórico familiar, a genética e fatores ambientais, podem ser apontados como predisponentes ao aparecimento do melanoma (também abordei esse tema em outro artigo, no qual detalho melhor as causas e os sintomas do Melanoma, se quiser relembrar acesse: Alerta Medalhista Olímpico Rio-2016 sobre Melanoma).
Existe tratamento para melanoma?
De acordo com a American Cancer Society, o tratamento de melanoma é variável de acordo com o estadiamento (nível) da doença no paciente. A melhor chance de cura ocorre quando é diagnosticado em seu estágio inicial, sendo tratado cirurgicamente pela ressecção da lesão. Nesses casos não há necessidade de tratamentos adjuvantes. No entanto, para os níveis avançados outros tratamentos podem ser necessários como:
- Cirurgias ampliadas
- Imunoterapia
- Terapia alvo
- Quimioterapia
- Radioterapia
Segundo a revista acadêmica de medicina JAMA Dermatology, esse estudo realizado pela University of Sydney e divulgado em 2018, é pioneiro na realização de pesquisas que relaciona o uso de filtro solar e o perigo eminente de melanoma entre jovens com menos de 40 anos de idade. Cerca de 1700 pessoas que participaram do Australian Family Melanoma Study tiveram dados coletados e analisados pelos pesquisadores.
O trabalho científico apontou que os usuários que mais utilizavam o protetor solar eram do sexo feminino, jovens, de origem européia, pigmentação mais clara da pele e com um forte histórico de queimaduras solares.
Ainda que existam no mercado diversos tipos de protetores solares e também uma gama variada de preços, o uso deste produto ainda é restrito a apenas a uma pequena parcela da população. E conclui: “Este estudo confirma que o protetor solar é uma forma eficaz de proteção solar e reduz o risco de desenvolver melanoma quando adulto. Este deve ser aplicado regularmente durante a infância e na idade adulta, sempre que o índice UV for igual ou superior a 3, para reduzir o risco de desenvolver melanoma”.