A Cirurgia Plástica como a conhecemos hoje, é o resultado de muitos séculos de estudo e desenvolvimento que foram aperfeiçoados ao longo dos anos e, muitos a consideram uma das mais antigas artes de cura do mundo.
Algumas evidências apontam a existência de tratamentos médicos para lesões faciais há mais de 4000 anos. Médicos na Índia antiga utilizavam enxertos de pele para o trabalho reconstrutivo já em 800 a.C.
Recentemente, o mundo tomou conhecimento de um livro médico do século 16, em que se detalha uma das primeiras operações de Rinoplastia da história.
O trabalho incrivelmente raro, intitulado De Curtorum Chirurgia Per Insitionem – A Cirurgia de Defeitos por Implantações (em tradução livre) – foi publicado em 1597 e escrito por Gaspare Tagliacozzi, professor de cirurgia e anatomia na Universidade de Bolonha.
Nas páginas, que estão escritas em latim, são exibidas várias ilustrações com diagramas, incluindo a rinoplastia e seu conhecido retalho, que leva seu nome (o Retalho de Tagliacozzi).
Em determinada parte do livro descreve-se: paciente é visto na cama com seu nariz preso a uma aba de pele na região do bíceps de seu braço, permanecendo assim por cerca de três semanas até que sua pele aderisse adequadamente.
Após mais duas semanas, a aba da pele é moldada, de modo que se assemelhava a um nariz e o processo estava completo.
Essa técnica e retalho serviram como base para diversas outras utilizadas até os dias de hoje em cirurgias reparadoras.
No livro também encontram detalhes e diagramas dos instrumentos utilizados. Há, inclusive, outras técnicas que envolvem tratamento para orelhas e lábios.
Ao analisar os detalhes da obra, nota-se que as técnicas e idéias foram bem muito pensadas para os padrões da época.
Infelizmente, após a morte de seu criador, quase tudo foi deixado de lado. Muitos acreditam a igreja poderia não ter aprovado a “intervenção” nas obras de Deus produzidas por Tagliacozzi, e assim, não houve sequência de seu trabalho.
Influência das Guerras
Durante os séculos XIX e XX, houve mudanças gigantescas na área de cirurgia plástica e na produção de novos remédios.
A Primeira Guerra Mundial foi a força motriz por trás da maioria dos desenvolvimentos cirúrgicos da época. No meio da procura por tratamento aos terríveis ferimentos que a guerra infligia aos soldados, muitos avanços foram conquistados.
Durante esse período, essas especialidades avançaram a passos largos na Europa e nos Estados Unidos.
Os médicos perceberam, nas palavras do cirurgião plástico americano do século XIX John Orlando Roe que muitas pessoas poderiam ter sido salvas e cuidadas se essas técnicas existissem anteriormente: “quanto talento valioso havia sido enterrado dos olhos humanos, perdido para o mundo e para a sociedade por motivo de constrangimento […] causado por […] alguma enfermidade física ou deformidade”.
Origem do Nome
Apesar do falso conceito popular, a palavra “plástica” na “cirurgia plástica” não significa “artificial”, mas deriva-se da palavra grega antiga “plastikos”, que significa moldar ou dar forma.
A cirurgia plástica inclui as subespecialidades reparadoras e estéticas.