#Saúde – Dra. Marcela Scarpa https://marcelascarpa.com.br Transformando vidas com excelência e cuidado especializado Mon, 25 Nov 2024 19:14:03 +0000 pt-BR hourly 1 https://marcelascarpa.com.br/wp-content/uploads/2024/07/cropped-Favicon-Marcela-Scarpa-32x32.png #Saúde – Dra. Marcela Scarpa https://marcelascarpa.com.br 32 32 O uso de Anabolizantes, o Envelhecimento e Prejuízos à Saúde. https://marcelascarpa.com.br/o-uso-de-anabolizantes-o-envelhecimento-e-prejuizos-a-saude/ https://marcelascarpa.com.br/o-uso-de-anabolizantes-o-envelhecimento-e-prejuizos-a-saude/#respond Tue, 16 Apr 2024 19:09:59 +0000 https://marcelascarpa.com.br/?p=14685 No início do mês viralizou um vídeo em que um rapaz de 22 anos responde a um questionamento, se utilizava ou não esteroides anabolizantes. ‘O que você acha irmão? Eu tenho 22 anos. Você acha que isso é natural? Com a barba e ficando careca” – responde.

Video do Canal KENNY KO

O uso de anabolizantes está diretamente relacionado ao envelhecimento e a danos à saúde.

A seguir um resumo dos malefícios do uso descriterioso desses esteroides:

Envelhecimento, prejuízo estético

O fígado é o principal responsável pela metabolização e eliminação dessas substâncias. O processo metabólico associado seu ao uso indiscriminado, resulta em um stress oxidativo (fenômeno que ocorre quando as células produzem moléculas instáveis, chamadas radicais livres). Esses radicais livres causam danos às células e aos tecidos, levando à inflamação, envelhecimento precoce e doenças crônicas. 

Adicionalmente, o excesso de testosterona circulante em níveis supra fisiológicos é responsável pela calvície e aumento e crescimento de pêlos no corpo. 

O desequilíbrio hormonal também é responsável pelo aumento das glândulas mamárias em homens, resultando em ginecomastia, além do aumento da acne.

Fig. 1. Ginecomastia

Já falei sobre o impacto psicológico da ginecomastia em jovens em https://marcelascarpa.com.br/os-efeitos-psicologicos-em-jovens-com-ginecomastia/

Se quiser saber mais sobre o tratamento da ginecomastia, clique aqui

Risco cardiovascular
Além do envelhecimento cutâneo visível, o uso inadvertido da substância pode causar trombose, lesão cardíaca direta, hipertrofia ventricular, aterosclerose, aumento do colesterol “ruim” (LDL) e diminuição do colesterol “bom” (HDL), entre outros. O paciente tem, com isso, risco aumentado para fenômenos tromboembólicos, a exemplo de infarto, embolia pulmonar e acidente vascular cerebral (derrame).

Prejuízo hepático

Além da sobrecarga pela metabolização e eliminação das substâncias, alguns esteroides anabolizantes são diretamente hepatotóxicos, ou seja, causam dano direto às células do fígado, podendo resultar em cirrose e câncer.

Infertilidade

O uso de testosterona exógena impacta diretamente na espermatogênese, resultando em impacto direto na fertilidade masculina (impacto este que pode ser de difícil manejo e, em muitos casos, irreversível).

Hiperatividade, TDAH e depressão

Em pessoas com predisposição, o uso de esteroides e anabolizantes podem desencadear ou piorar o quadro, podendo, inclusive, resultar em um aumento da agressividade.

É importante salientar que os prejuízos acima são resultado do uso estético e indiscriminado da substância, quando os níveis séricos de testosterona atingem valores acima do fisiológico. A terapia de reposição hormonal, quando bem indicada e realizada com acompanhamento médico especializado, é segura e traz benefícios à saúde masculina.

O blog acima teve participação do urologista Dr. Rodrigo Dal Moro Amarante, CRMSP 142.101.

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Qual a Duração Da Toxina Botulínica? Posso Ter Resistência À Essa Medicação? https://marcelascarpa.com.br/duracao-da-toxina-botulinica/ Fri, 18 Jun 2021 14:14:51 +0000 https://finalizando.com.br/?p=12646 1) Duração

A aplicação de toxina botulínica é o procedimento estético não cirúrgico mais realizado no mundo.

Uma dúvida frequente no consultório é quanto ao tempo de efeito da toxina. Há uma queixa recorrente do retorno da movimentação com 4 meses.

Esse tempo do efeito é, porém, muito variável de paciente a paciente e depende de uma série de fatores pessoais como força muscular, prática de atividade física, alimentação, tabagismo, uso de alguns medicamentos, exposição solar, número e frequência de aplicações prévias ou resistência individual. Já a marca e qualidade da toxina, sua forma de armazenamento e a suplementação de alguns elementos em casos indicados, são fatores externos que também afetam esse resultado.

A toxina age inibindo a contração muscular  no local de aplicação, causando uma paralisia flácida, tratando assim as indesejadas rugas e linhas de expressão. Para uma paralisação eficaz, cada molécula de toxina associa-se a uma molécula de zinco. Então, em pacientes com níveis deficitários deste mineral, a toxina terá uma ação reduzida.

Fontes de zinco incluem carne bovina, suína, ovos, frango, leguminosas, feijão e cereais integrais. Porém, muitos desses alimentos possuem fibrato, que prejudica sua absorção. Uma pesquisa publicada periódico científico Journal  of Drugs in Dermatology, em 2012, demonstrou um aumento da duração da toxina em 30% com a suplementação de zinco e fibrase (a enzima que degrada o fibrato, aumentando a absorção do mineral).

Apesar do efeito da toxina durar meses, a atividade zinco dependente ocorre apenas até a degradação da medicação no organismo, após algumas horas de sua administração.

OBS: devemos lembrar que NENHUM medicamento ou suplemento deve ser tomado sem orientação médica ou de um nutricionista.

Voltando ao efeito do procedimento….

A duração média observada na prática, em mulheres, é de 4 a 6 meses. Já nos homens, que possuem uma musculatura mais forte, essa duração costuma ser menor, ao redor de 4 meses (lembrando que esse tempo é individual, podendo ser menor ou maior).

A própria bula dos diferentes fabricantes do mercado relata uma duração de 3-4 meses (vide fotos abaixo).

Figura 1. Bula Botox ®
Figura 2. Bula Dysport ®
Figura 3. Bula Xeomin®
Figura 4. Bula Botulift®

Outro fator importante é que a medicação tem seu pico de efeito entre 15 a 30 dias da data da aplicação, após o qual o retorno da mímica facial ocorre gradualmente. Conclui-se então, que é perfeitamente normal uma movimentação na região, que aumenta com o tempo.

2) Resistência à toxina botulínica

Há basicamente duas formas de resistência à toxina: primária e secundária.

A resistência primária ou genética é extremamente rara.

Já a resistência secundária ou adquirida (desenvolvida durante a vida) é a maior preocupação nos dias atuais. A toxina botulínica é composta pela toxina e por um complexo proteico capaz de induzir a formação de anticorpos, levando a futuras resistências. Um quadro prévio assintomático por botulismo pode levar a esse quadro, porém sem a possibilidade de diferenciá-la de uma resistência primária, mas sua incidência é inexpressiva.

Porém, o risco de desenvolver anticorpos no uso estético é muito baixo (menor do que 5%). Essa tolerância é associada com a dose e frequências das aplicações, mas não à duração total do tratamento.

Os fatores que a favorecem são controversos: intervalo curto entre as sessões de aplicação, grande número de aplicações, injeções múltiplas de retoques principalmente quando associado a altas doses por sessão.

Alguns traballhos científicos mostram que tratamentos adicionais (retoques) realizados em um intervalo de 2 semanas são seguros quanto à resistência.

Já outros pesquisadores advogam que, quando há o uso de doses pequenas (<100 unidades), utilizadas em todos os procedimentos cosméticos, um limite de intervalo de dose pode não ser tão crucial.

Podemos assim perceber que ainda não há um consenso absoluto  quanto a taxa e causas da resistência secundária à toxina botulínica. O que podemos dizer, atualmente é que tratamentos prolongados com intervalos regulares (de 4 a 6 meses) entre as aplicações, são seguros quanto à evidência de resistência à medicação.

A meu ver, essa aplicação seriada em intervalo seguro prolonga a sua duração a longo prazo, já que há a tendência a atrofia muscular da região, com diminuição da sua força de ação.

Procure sempre um profissional capacitado e com experiência na técnica e no procedimento.

Fontes:

Clinical resistance to three types of botulinum toxin type A in aesthetic medicine.
Stephan F, Habre M, Tomb R.

Effect of dietary zinc and phytase supplementation on botulinum toxin treatments.
Koshy JC, et al. J Drugs Dermatol. 2012. PMID: 22453589 Clinical Trial.

Contraindications and complications with the use of botulinum toxin.
Klein AW. Clin Dermatol. 2004 Jan-Feb;22(1):66-75. doi: 10.1016/j.clindermatol.2003.12.026.

Effect of dietary zinc and phytase supplementation on botulinum toxin treatments.
Koshy JC, et al. J Drugs Dermatol. 2012. PMID: 22453589 Clinical Trial.

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Por Que Devo Parar De Fumar Antes De Uma Cirurgia Plástica? https://marcelascarpa.com.br/parar-de-fumar-antes-de-cirurgia-plastica/ Wed, 02 Jun 2021 17:48:14 +0000 https://finalizando.com.br/?p=12639 Antes de qualquer procedimento eletivo (agendado), uma das recomendações é que cesse o tabagismo. Essa recomendação é especialmente importante em uma cirurgia estética. Você sabe o por quê?

Primeiro, um fato importante: a Organização Mundial da Saúde estima que o tabaco mate mais de 8 milhões de pessoas por ano. Dessas, mais de 7 milhões resultam do seu uso direto, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de não-fumantes expostos ao tabagismo passivo.

Referente a cirurgia, as causas de complicações pelo cigarro são multifatoriais:

1) Dano Vascular

A nicotina e as toxinas presentes no cigarro promovem danos diretos aos vasos capilares, obstruindo a circulação corporal de extremidades (periférica).

Essa obstrução da circulação e diminuição do calibre dos vasos desequilibra o sistema de coagulação.

Além disso, radicais livres da fumaça do cigarro alteram a forma dos diversos tipos de colesterol (principalmente os ruins, LDL e VLDL), aumentando a chance deles se depositarem na parede dos vasos em forma de placas de gordura. Associado a isso, as toxinas aumentam a inflamação do organismo de modo geral, inclusive dessas placas de gordura dos vasos sanguíneos, elevando o risco de obstrução.

Já a nicotina, aumenta a liberação de substâncias (catecolaminas) que aumentam a chance de hipertensão arterial. A hipertensão arteirial também promove lesão vascular indireta.

Todos esses fatores (individualmente e associados) aumentam consideravelmente o risco de trombose.

2) Dano pulmonar

Fumantes apresentam maior risco de infecção respiratória e comumente também apresentam tosse crônica. A força realizada durante a expiração abrupta na tosse, pode promover uma tensão na região operada, com predisposição a abertura de pontos (deiscência).

O mecanismo da tosse também aumenta a pressão arterial temporariamente, podendo resultar em hematomas e sangramentos.

Além disso, fumantes inveterados apresentam danos pulmonares crônicos, com consequente aporte menor de oxigênio para o organismo. Essa fator, por si só, não pode ser revertido em um período curto de parada do tabagismo, e deve ser levado em conta durante a decisão cirúrgica.

3) Prejuízo no processo de cicatrização

O monóxido de carbono (CO) inspirado tem alta afinidade pela hemoglobina (que carrega o oxigênio no organismo), formando a carboxihemoglobina . Essa ligação dificulta a oxigenação dos órgãos, incluindo a pele. Esse fator, associado ao dano vascular citado acima, impede que tenha nutrição adequada da ferida operatória, dificultando a formação do colágeno (fundamental na cicatrização) e prejudicando o fechamento da lesão.

O que isso quer dizer?

Esses fatores isoladamente, resultam em prejuízo no transporte de oxigênio e nutrientes pelo sangue. Associados, esses danos acumulam-se e, suas consequências, em um pós operatório, podem ser catastróficas.

Na prática, o processo se traduz em um aumento considerável dos riscos de:

  1. necrose: morte tecidual de extensão variável, principalmente em cirurgias que requerem descolamento de pele, como lipoabdominoplastia, rinoplastia, lifting facial, blefaroplastia.
  2. embolia pulmonar, com riscos à vida
  3. tromboses
  4. deiscência de feridas (abertura de pontos) e dificuldade de cicatrização
  5. acúmulo de líquido (seroma, hematoma)
  6. prejuízo do resultado estético tardio

Quando parar de fumar?

O período de interrupção do tabagismo depende do porte cirúrgico e pode variar de 1 a 6 meses. Porém, esse período ideal ainda é motivo de estudos e não há um consenso absoluto atual.

A decisão cirúrgica é conjunta, do paciente com seu cirurgião. Informações omitidas em uma consulta pré-operatória podem trazer consequências de difícil manejo e, algumas vezes, irreversíveis. De qualquer forma, a cirurgia pode ser um estímulo a mais para deixar o vício de lado definitivamente. Inclusive, há estudos que comprovam que o preparo para a cirurgia pode influenciar nessa eliminação definitiva do mau hábito (já falei sobre isso em um post anterior, se quiser relembrar, clique aqui).

Já falei também sobre os efeitos do cigarro no envelhecimento, se quiser relembrar acesse o post: Fumar cigarro faz mal para a pele.

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O que são essas bolinhas que tenho no pescoço, axila e virilha? https://marcelascarpa.com.br/acrocordons-ou-polipos-fibroepiteliais/ Mon, 12 Apr 2021 14:28:57 +0000 https://finalizando.com.br/?p=12462 Acrocórdons ou pólipos fibroepiteliais são lesões de pele benignas, mais comuns no pescoço, virilha, axilas e pálpebras.

Geralmente confundidas com verrugas ou pintas, aparecem como protuberâncias pedunculadas na pele, da mesma cor que esta, amarronzadas ou pretas. Diferentes das verrugas, não tem relação com infecção viral.

São benignas (sem chance de transformação maligna) e assintomáticas.

Por que aparecem?

Mais frequentes em pessoas acima dos 30 anos, sua causa ainda não é bem estabelecida.

Porém, acredita-se que seu surgimento esteja relacionado com:

  • predisposição genética
  •  resistência à insulina (diabéticos, obesos)
  •  fatores hormonais (gravidez, acromegálicos).

Acomete homens e mulheres na mesma proporção.

Tendem a aumentar de tamanho com o passar do tempo, de acordo com as suas causas: evolução natural em hereditárias, com a descompensação glicêmica ou desequilíbrio hormonal.

Apesar de não terem transformação maligna, é causa frequente de traumas locais (pela roupa, uso de correntes, unhas, etc.), algumas vezes seguidos por infecção.

Sua retirada ocorre pelos motivos explicados acima, ou mesmo por queixa estética do paciente.

E como tratar?

O tratamento é simples e pode ser realizado em consultório, com anestesia local. Pode ser através da ressecção simples ou cauterização, dependendo do tamanho da lesão.

 Geralmente esse tratamento é bem tolerado e não deixa cicatrizes evidentes.

Posso usar receitas caseiras para retirar as lesões?

Não! Receitas caseiras para remoção não são recomendadas. O tratamento tanto em ambiente inadequado ou por pessoas não capacitadas podem causar complicações que podem ser reversíveis (como dermatites, retirada parcial com dor local e/ou infecção local) ou resultar em sequelas permanentes (como cicatrizes inestéticas locais).

Tem uma seção direcionada a pequenos procedimentos aqui no site, se quiser ler mais sobre o assunto, clique aqui.

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Álcool: Inimigo Na Luta Antienvelhecimento https://marcelascarpa.com.br/alcool-inimigo-na-luta-antienvelhecimento/ Thu, 31 Oct 2019 21:23:24 +0000 http://srv246.teste.website/~marcelascarpacom/?p=9308 Você sabia que o álcool pode ser o seu grande inimigo oculto na luta antienvelhecimento? Conheça as consequências

Cientistas italianos descobriram mais 1 efeito negativo do consumo excessivo de álcool: o envelhecimento precoce.

A ligação entre o álcool e o seus danos relacionados ao envelhecimento começam no nível celular, com o encurtamento dos telômeros (região na extremidade dos cromossomos que determina o envelhecimento).

Esse é o resultado de uma pesquisa realizada pela Universidade de Pádua, em colaboração com a Universidade de Milão e a Fundação IRCCS de Milão (Centro de Epidemiologia Molecular e Genética).

Ela foi dirigida pelos médicos Andrea Baccarelli e Sofia Pavanello, e apresentada na 101ª Reunião Anual da Associação Americana de Pesquisa para o Câncer, em 2010, em Washington.

Posteriormente, em 2017, um estudo japonês, liderado por Narushia Yamaki, da Escola de Medicina da Universidade de Kobe, chegou à mesma conclusão.

Esse segundo trabalho foi apresentado durante a reunião da Sociedade de Pesquisa em Alcoolismo (RSA).

As conclusões de ambas as pesquisas são similares: o consumo excessivo de álcool causa danos aos telômeros, acelerando o processo de envelhecimento celular.

Agora que você já sabe que consumir álcool demais é um problema na luta antienvelhecimento, venha entender um pouco mais sobre os danos que ele causa.

Mas, antes, vou te explicar a correlação dos telômeros com as descobertas destes estudos.

Afinal, o que são telômeros e o que eles têm a ver com o envelhecimento?

Conhecidos como a chave do envelhecimento, telômeros são as extremidades dos cromossomos.

Sua principal função no DNA é proteger o material que o cromossomo transporta.

Na medida em que nossas células se dividem,  multiplicando-se  e regenerando os tecidos e órgãos do nosso corpo, o tamanho dos telômeros vai se reduzindo com o passar do tempo. Quando finalmente ficam pequenos e não mais capazes de proteger o DNA, o processo de divisão celular cessa.

Por isso, seu tamanho é conhecido como um sinal de envelhecimento celular. Uma outra pesquisa, ganhadora do Prêmio Nobel de medicina, também correlacionou tal envelhecimento celular com o câncer.

Elizabeth Blackburn, Carol Greider e Jack Szostak descobriram que a enzima telomerase pode proteger os cromossomos deste envelhecimento , regenerando os telômeros.

O que isso significa? Que é possível retardar o envelhecimento celular.

Isso acontece porque essa enzima ajuda a impedir seu encolhimento a cada divisão celular, o que ajuda a manter a juventude biológica.

Agora que você já entendeu um pouco mais sobre os telômeros, sobre o envelhecimento celular e suas consequências, inclusive sobre a incidência de câncer, vamos entender um pouco mais sobre o estudo deste nosso artigo.

A influência do álcool na luta antienvelhecimento

O estudo, liderado por Andrea Baccarelli e Sofia Pavanello, incluiu 200 usuários de álcool e 57 pessoas no grupo de controle.

Os telômeros foram quase divididos pela metade em usuários de álcool em comparação com o grupo de  abstinentes.

Ele diminuiu de acordo com a quantidade de bebida, particularmente em indivíduos que ingerem mais de 4 doses por dia.

Estudos epidemiológicos também mostraram que, entre indivíduos da mesma idade, aqueles com telômeros mais curtos apresentam maior risco de doenças relacionadas à idade, como câncer.

Esse foi o primeiro estudo que relacionou este encurtamento ao abuso de álcool.

Foi encontrada uma associação estatisticamente significante entre idade e redução no telômero de usuários de álcool, mas não no grupo de controle.

Como eles tornam-se mais curtos a cada divisão celular, com o passar dos anos ficam tão pequenos que impedem a divisão das células – o que as danifica seriamente ou até mesmo as destrói.

Diminua seu consumo de álcool para vencer a luta antienvelhecimento e ter mais saúde. Seu corpo agradece!

Andrea Baccarelli, um dos líderes do estudo, explica que pessoas que bebem em demasia costumam ter o olhar abatido e frequentemente têm a aparência envelhecida.

Eles também costumam desenvolver doenças típicas do envelhecimento ainda jovens.

Assim, hoje descobrimos que o abuso do álcool influencia diretamente no envelhecimento celular.

Também mostramos aqui como esse envelhecimento pode influenciar no aparecimento de doenças como o câncer, conhecendo suas possíveis consequências.

Não importa se você está preocupado com a sua aparência, a conclusão da pesquisa é um alerta para que você evite o abuso do álcool de maneira geral.

Nunca é demais alertar para que você beba com moderação, para que seus momentos de lazer e diversão não tenham graves consequências no futuro.

Já falei sobre a relação do envelhecimento com o encurtamento do telômero em 2 artigos anteriores, que podem te interessar:

  1. O estresse e o envelhecimento;
  2. Dia mundial do exercício físico.

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Fontes:

  1. Biblioteca de Medicina dos Estados Unidos;
  2. Jornal de Pesquisas Psiquiátricas;
  3. NewsFood;
  4. Biblioteca Médica da Universidade de Pádua;
  5. BBC News;
  6. Sky TG24.
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O Que é Querubismo? https://marcelascarpa.com.br/querubismo/ Mon, 11 Mar 2019 20:49:55 +0000 http://srv246.teste.website/~marcelascarpacom/?p=9071 O Querubismo é uma doença óssea, benigna e rara. É caracterizada por lesões osteodisplásicas expansivas que acometem a região da mandíbula e maxila. Essas lesões surgem ainda na infância de forma simétrica e bilateral, ocasionando o alargamento da região inferior do rosto.

A doença pode causar supercrescimento mandibular e maxilar grave, podendo resultar, em casos extremos, alterações respiratórias, visuais, de fala e deglutição. Em casos críticos, a maioria dos pacientes apresenta deslocamento dentário, dentes inclusos, sem forma ou ausentes.

Foto: internet – Victoria Wright – “Eu tinha apenas quatro anos de idade quando os primeiros sinais da doença começaram a aparecer. Minha mãe estava escovando meus dentes, e percebeu que eles não estavam no lugar certo”.

A condição de Querubismo foi primeiramente descrita em 1933, por William A. Jones, após o diagnóstico de uma família inteira acometida pela condição.

Willian assim denominou a condição por conta das bochechas proeminentes e dos olhos voltados para cima, que segundo ele, davam às crianças uma aparência de querubim. Como esse nome resumiu os sintomas clínicos causados pela doença, tornou-se assim, a nomenclatura oficial.

Querubismo promove uma expansão benigna, com destruição óssea na região afetada, com gravidade variável de acordo com o paciente. A manifestação inicial geralmente ocorre durante a  primeira infância, entre 2 e 7 anos de idade, sendo comum novas lesões até a puberdade. Após esse período, as lesões normalmente apresentam regressão espontânea.

Com sua regressão, essas lesões são substituídas gradualmente por tecido fibroso (cicatricial), o que geralmente ocorre entre os 20 e 30 anos de idade.

Diagnóstico

Querubismo é uma doença muito rarahereditária, com poucos casos descritos na literatura.

A doença afeta de forma igual o público masculino e feminino, independentemente do grupo étnico. As mulheres tem maior acometimento maxilar e os homens tem uma maios incidência de deformidades mandibulares.

Seu diagnóstico é realizado principalmente pela evolução clínica, histórico familiar e exames radiológicos. Menos frequentemente, apenas a biópsia de tecido ou testes genéticos são capazes de confirmar o diagnóstico.

Qualidade de vida e fatores psicológicos

Pacientes e familiares ficam apreensivos com o impacto que a deformidade facial característica do Querubismo possa causar. A hereditariedade e a possibilidade de transmissão genética para as próximas gerações, também são fatores que preocupam.

Para isso, existem grupos de apoio e aconselhamento genético para suporte da família. Dessa forma, pacientes, familiares e amigos podem compartilhar suas experiências e ajudar a formar uma atmosfera positiva de ajuda e superação.

Foto: internet – O Ator Robert Z’dar ficou famoso por sua estrutura facial única pela condição do querubismo – ele é talvez mais lembrado por ter interpretado ‘Matt Cordell’ personagem dos filmes de terror Maniac Cop. Já os fãs de filmes de ação de Hollywood devem reconhecê-lo como um dos capangas em ‘Tango e Cash’ no longa com Kurt Russell e Sylvester Stallone, cujo personagem foi apropriadamente chamado, “Face”.

Z’dar viveu e trabalhou muitos anos, faleceu em 2015 de problemas cardíacos.

Origem genética

ocorrência da condição Querubismo está tipicamente ligada uma mutação autossômica e dominante do gene SH3BP2.

No entanto, aproximadamente 50% dos casos de Querubismo com mutações no gene SH3BP2, identificados pela Universidade de Connecticut Health Center (UCHC), não apresentaram histórico familiar compatíveis com a mutação.

mosaicismo genético (quando o indivíduo tem dois materiais genéticos distintos: um formado pela união dos gametas do pai e da mãe, e o outro que aparece devido à mutação genética) é raro, mas não pode ser excluído como uma das origens da condição.

É importante ressaltar que as formas de manifestação do Querubismo são altamente variáveis e formas leves da condição podem nem chegar a um diagnóstico.

Tratamentos

Formas leves de Querubismo que não envolvam alterações faciais graves, prejuízos à dentição ou à visão, podem não requerer um tratamento específico, já que as alterações regridem espontaneamente após a puberdade. Nesses casos, o paciente deve ser observado através de um acompanhamento periódico.

Durante a fase de crescimento das lesões, podem ser necessários exames clínicos e radiografias anuais ou semestrais, que permitam ao médico avaliar a evolução do caso. Após a estabilização das lesões, geralmente orienta-se que o paciente mantenha um acompanhamento a cada 2 ou 5 anos.

intervenção cirúrgica é considerada em casos com alterações estéticas ou funcionais graves, como o deslocamento superior do globo ocular, risco de perda de visão por compressão do nervo, risco de perda precoce dos dentes ou deslocamento dentário.

Além disso, a ausência ou atraso no desenvolvimento e na erupção dos dentes, podem indicações de cirurgias reparadoras.

Fontes:

https://ojrd.biomedcentral.com/track/pdf/10.1186/1750-1172-7-S1-S6

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK1137/

https://goo.gl/TSgLkg

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Toxina Botulínica Pode Ser Muito Eficiente No Tratamento de Enxaqueca https://marcelascarpa.com.br/toxina-botulinica-e-enxaqueca/ Tue, 19 Feb 2019 21:25:28 +0000 http://srv246.teste.website/~marcelascarpacom/?p=9041 De acordo com pesquisadores, a Toxina Botulínica pode ajudar a reduzir a frequência de crises crônicas de enxaqueca.

Quem já passou, ou passa por crises de enxaqueca, sabe o quanto esse problema afeta a vida no cotidiano.

Definida como uma dor de cabeça recorrente, que pode surgir acompanhada de náuseasvômitossensibilidade à luz e sons altos, a enxaqueca acomete atualmente 20% do público feminino e de 5 a 10% da população masculina, segundo dados apresentados pela Sociedade Brasileira de Cefaléia.

Apesar de existirem várias formas de tratamento, estudos recentes encontraram evidências sobre a eficácia da Toxina Botulínica no tratamento da enxaqueca crônica.

O estudo divulgado no periódico médico Plastic and Reconstructive Surgery ®, mostrou que, quando comparada ao placebo, o tratamento com Toxina Botulínica diminuiu em 1.6 as crises mensais de enxaqueca.

A partir da metanálises de ensaios clínicos, a Toxina Botulínica mostrou-se superior ao placebo no tratamento preventivo da enxaqueca.

Para o professor Benoit Chaput, MD, PHD do Hospital Universitário Rangueil, Toulouse na França e seus colegas pesquisadores:

 “A toxina botulínica é um tratamento seguro e eficiente, que deve ser discutido com os pacientes acometidos por enxaqueca. ”

Evidencia demonstra a eficácia da Toxina Botulínica

Em 2010, a agência reguladora de drogas e alimentos dos EUA (FDA) aprovou a utilização da Toxina Botulínica para o tratamento de enxaquecas. Desde então, o método passou a beneficiar um número cada vez maior de pacientes.

Para comprovar a eficácia da terapia, o Professor Chaput e seus colegas analisaram os resultados de 17 ensaios clínicos anteriores, que comparavam a ação da Toxina Botulínica e do placebo no tratamento preventivo de cefaleias crônicas.

Ao todo, 3650 pacientes participaram de 17 ensaios clínicos analisados pelos pesquisadores. Desses pacientes, 1550 sofriam de enxaqueca crônicas – com pelo menos 15 crises mensais ao longo de 3 meses. Já os pacientes restantes apresentavam episódios menos frequentes de dor de cabeça.

Resultados

Três meses após a aplicação, os pacientes tratados com toxina botulínica apresentaram em média, 1,6 menos crises mensais do que aqueles tratados com placebo.

A melhora foi significativamente observada durante os 2 meses seguintes ao tratamento. Devemos lembrar que a ação da toxina é temporária e, para um resultado prolongado, a toxina deve ser reaplicada periodicamente.

Durante a análise, também constatou-se uma “tendência” de efeito positivo no grupo de pacientes com dores de cabeça menos intensas. A toxina aparentemente diminuiu a frequência dos episódios.

Apesar da Toxina Botulínica apresentar mais reações adversas do que o placebo, nenhuma delas mostrou-se severa ou suficiente para interromper o tratamento.

Qualidade de vida

A análise dos dados mostrou também uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes tratados com Toxina Botulínica. A melhora foi proporcional à redução dos sintomas de depressão:

Ao reduzir os impactos da enxaqueca, também minimizamos os sintomas da depressão e da ansiedade ”, dizem os pesquisadores.

Assim, a Toxina Botulínica do tipo A (BTX-A) apresenta-se como uma solução minimamente invasiva e eficaz no tratamento de dor crônica muscular e neuropática.

Para saber mais sobre a Toxina Botulínica leia: Perguntas e respostas – Toxina Botulínica

Achou interessante o artigo? Deixe nos comentários, e envie para um amigo que sofre com crises de enxaqueca.

Referência

Eva Bruloy, Raphael Sinna, Jean-Louis Grolleau, Apolline Bout-Roumazeilles, Emilie Berard, Benoit Chaput. Botulinum Toxin versus PlaceboPlastic and Reconstructive Surgery, 2019; 143 (1): 239 DOI: 10.1097/PRS.0000000000005111

Wolters Kluwer Health. Botulinum toxin reduces chronic migraine attacks, compared to placebo. ScienceDaily. ScienceDaily, 3 January 2019.

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Preparação Para Cirurgia Pode Influenciar No Tabagismo Ao Longo Prazo https://marcelascarpa.com.br/tabagismo-e-cirurgia-plastica/ Thu, 20 Dec 2018 20:54:10 +0000 http://srv246.teste.website/~marcelascarpacom/?p=8937 Sempre que um paciente busca realizar algum tipo de procedimento estético, é natural que o especialista o questione sobre sua saúde em geral e aspectos da sua rotina diária como, por exemplo, o tabagismo.

O período de interrupção do tabagismo depende do porte cirúrgico e pode variar de 1 a 6 meses que o antecedem. Vale ressaltar que esse período ideal ainda é motivo de estudos e não há um consenso absoluto atual.

Cirurgia cosmética versus interrupção do tabagismo

Segundo um estudo apresentado pela Revista Médica American Society Of Plastic Surgeons, em 2017, muitos pacientes que receberam a recomendação para pararem de fumar antes de seus procedimentos estéticos abandonaram o vício ou, ao menos, diminuíram seu uso nos anos seguintes a cirurgia.

Para Aaron C. Van Slyke, um dos pesquisadores do tema pela Universidade de British Columbia, em Vancouver, os resultados mostram uma associação entre a cirurgia plástica e a diminuição do tabagismo a longo prazo:

“Os cirurgiões que solicitam a interrupção do vício para realizar a cirurgia, podem influenciar na diminuição do uso do tabaco a longo prazo.”

O estudo acompanhou 85 pacientes fumantes que se encontravam elegíveis à cirurgia estética. Como grande parte dos cirurgiões plásticos, o pesquisador Nicholas J. Carr, exigiu que todos os seus pacientes parassem de fumar antes da cirurgia, visto que essa interrupção ajudaria na diminuição de intercorrências durante o pós operatório.

Cinco anos após a realização da cirurgia, 47 pacientes responderam a uma pesquisa de acompanhamento – desses, 5 foram excluídos do estudo, pois foram considerados tabagistas sociais. A maioria eram mulheres com idade média de 40 anos e haviam realizado abdominoplastiamastopexia ou lifting facial.

Nessa pesquisa de acompanhamento, cerca de 40% dos pacientes responderam ter diminuído o consumo de tabaco, e não fumavam como antigamente. Aproximadamente 25% dos pacientes afirmaram ter abandonado completamente o vício desde o procedimento.  A maioria deles afirmou ter reduzido o consumo de cigarros em qualquer quantidade. 70% concordaram que discutir com o cirurgião plástico sobre os riscos cirúrgicos influenciou em sua decisão de parar ou reduzir o tabagismo.

É consideravelmente positivo observar que a maioria dos pacientes diminuiu o consumo diário de cigarros:

“Isso é consistente com pesquisas feitas anteriormente, que mostram que pacientes que procuram por procedimentos estéticos estão mais motivados a manter os hábitos saudáveis provocados pela mudança do estilo de vida.” – Dr. Van Slyke.

Os resultados sugerem que a maior motivação foi decorrente dos prejuízos cirúrgicos causados pelo cigarro, e não dos possíveis benefícios à saúde que essa interrupção poderia proporcionar. Os autores concluem:

“O diálogo entre o cirurgião plástico e o paciente durante a consulta de avaliação, é um momento único para auxiliar e dar assistência à interrupção do tabagismo. Essa decisão pode se manter mesmo após a realização da cirurgia estética.”

As consequências do tabagismo durante o pós operatório

Apesar dos resultados obtidos na pesquisa, 50% dos pacientes admitiram não terem seguido as instruções para evitar o uso de cigarros antes da cirurgia. Quase um quarto continuou fumando até o dia do procedimento. A partir disso, os pesquisadores perceberam uma taxa maior de complicações cirúrgicas nesse pacientes (Van Slyke e colegas não realizam testes para confirmar se os pacientes realmente pararam de fumar). A taxa de complicações durante o pós operatório foi maior em pacientes que mantiveram o hábito: 24% contra 14% (A diferença não foi estatisticamente significante). Complicações mais sérias ocorreram em dois pacientes – ambos não seguiram as recomendações.

Os tabagistas contam com um risco maior de desenvolver complicações durante e após o  procedimento cirúrgico, isso inclui a recuperação e a cicatrização pós operatória.

cigarro acelera a formação de radicais livres, responsáveis pela oxidação das células – o que, por fim, resulta no envelhecimento precoce. Isso ocorre pelo prejuízo do transporte de oxigênio pelo sangue, já que as toxinas presentes  promovem danos nos vasos capilares, obstruindo a circulação sanguínea periférica.

Referência: American Society Of Plastic Surgeons. Cosmetic Surgery May Help Patients Quit Smoking. 2017. Disponível em: <https://goo.gl/xa4QMX >
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O Que é a Politelia de Harry Styles? https://marcelascarpa.com.br/o-que-e-a-politelia-de-harry-styles/ Thu, 20 Sep 2018 19:19:08 +0000 http://srv246.teste.website/~marcelascarpacom/?p=8694 Politelia nada mais é do que a presença extranumerária do complexo aréolo-papilar (CAP), ou seja, aréola e/ou mamilo.

Essa condição ficou famosa especialmente com o cantor Harry Styles, da badalada banda adolescente One Direction. Ele já confirmou em entrevistas que possui mamilos a mais, atraindo a atenção do público.

O que causa a politelia?

Ocorre por uma falha do desenvolvimento do embrião, a partir da quinta semana de gestação.

crista mamária é uma dobra de tecido que se estende da axila até a face medial das coxas. Essa crista regride durante a quinta semana de gestação, exceto por uma área sobre a quarta costela, posição normal das mamas. A alteração desse mecanismo pode resultar na politelia. As aréolas e mamilos extranumerários podem ocorrer em qualquer parte do trajeto da antiga crista.

De acordo com a literatura, tem incidência de 0,22% a 5% da população. Pode acometer ambos os sexos, porém é mais frequente em pessoas do sexo feminino, brancas e com registro familiar de variações étnicas.

Como identificar a politelia

Quando é acompanhada de tecido mamário (polimastia), responde às mesmas alterações hormonais da mama normal, podendo apresentar edema, dor e desconforto no período menstrual, além da saída de secreção durante a gravidez e amamentação. A politelia isolada (sem o tecido mamário) costuma ser assintomática e, por esse motivo, é geralmente confundida com lesões cutâneas benignas. Aproximadamente 80% dos casos têm uma apresentação unilateral. Costuma ser evidente já ao nascimento e confirmada por diagnóstico médico após exame clínico.

Pode estar associada a anomalias de outros órgãos, que devem ser investigados. As alterações mais comuns ocorrem no trato gênito-urinário e no coração. Além disso, podem desenvolver doenças próprias das mamas (como alterações na puberdade, neoplasias e displasias – da mesma forma que nas mamas normais).

Procedimento cirúrgico

O tratamento da politelia é simples e pouco invasivo, com retirada local do CAP excedente. Os resultados estéticos costumam ser satisfatórios e com baixos índices de complicação.

Quando há tecido mamário associado, esse também é retirado, com cicatriz resultante variável de acordo com o volume da região.

Caso existam outras malformações associadas de órgãos, essas devem ser tratadas e acompanhadas pelos respectivos especialistas. Sua gravidade depende do tipo de malformação, sendo individualizadas e orientadas caso a caso.

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Alimentos Que Ajudam ou Atrapalham a Cicatrização https://marcelascarpa.com.br/alimentacao-e-cicatrizacao-apos-procedimentos-cirurgicos/ Mon, 10 Sep 2018 18:47:27 +0000 http://srv246.teste.website/~marcelascarpacom/?p=8666 Embora a saúde seja a preocupação inicial de qualquer paciente, ela não é a única. Um questionamento comum ao ser submetido a qualquer procedimento cirúrgico é a sua cicatriz final.

O que muitos não sabem, no entanto, é que não são só os medicamentos e as recomendações prescritas pelo médico que podem ser úteis. A alimentação é um importante aliado nessa hora. Ela pode tanto auxiliar quanto prejudicar o processo de cicatrização.

De forma geral, opte pelos mais ricos em nutrientes e evite ao máximo os industrializados.

Alimentos que favorecem a cicatrização

Segundo médicos e nutricionistas, alguns alimentos são especialmente importantes antes e após a realização de uma cirurgia. Podem ser úteis, aliás, até mesmo depois de um corte simples em casa.

As frutas cítricas são ricas em betacaroteno, com ação antioxidante, e vitamina C, que contribuem para a formação das fibras colágenas –  uma proteína importante na regeneração do tecido. Sua ausência favorece hemorragia e ruptura cicatricial. Aposte em pêssego, laranja, limão, caju, tagerina, ameixa, abacaxi e acerola, por exemplo.

As frutas vermelhas contêm flavonóides, com ação protetora das paredes de vasos sanguíneos, combatendo o processo inflamatório. Além disso, morango, cereja e amora possuem antioxidante natural no combate à infecção e manutenção da elasticidade da pele.

É também indicada a ingestão de peixes que contenham ômega 3, como o salmão, o atum e a sardinhaFarinha de linhaça e semente de chia também são ricos nesse nutriente. Ele ajuda a modular a inflamação e estimula a reposta imunológica.

Alimentos com altas doses de zinco, por fim, também são aliados neste momento, de acordo com Bernardo Hochman, que é professor da Universidade de São Paulo (USP). O médico afirma que a relação entre maiores níveis de zinco e boa cicatrização já está demonstrada por estudos científicos. Os vegetais de folhas verde-escuras (beterraba, berinjela), os peixes, as castanhas, as nozes e as carnes contêm este elemento.

Outros nutrientes como vitamina A, B, cobre e ferro são também necessários e cofatores da cicatrização. Invista em manga, cenoura, ovo, agrião, salmão, leite.

Com relação às carnes vermelhas, aliás, vale dizer que devem ser preferidas as mais magras, como alcatra, coxão mole e filé-mignon, por exemplo. As mais gordurosas possuem níveis mais altos de gorduras saturadas e devem ser evitadas.

Alimentos que atrapalham a cicatrização

Se existem alimentos que auxiliam no processo de cicatrização, também há aqueles que atrapalham.

Um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ofereceu uma dieta equilibrada a 40 cobaias, com boas porções de proteínas, gorduras e carboidratos. Uma parte delas recebeu uma porção extra de camarão. Após, foi realizado uma incisão de 4 centímetros no tórax.

O resultado foi bem explícito. Após cinco dias de pós operatório, nos ratos do grupo que comeu o camarão, a cicatriz se rompia com maior facilidade. Entretanto, na análise final da cicatrização, percebeu Elizabeth Borges , professora do Departamento de Fisiologia e Biofísica da UFMG. Porém, no 21º dia, quando a cicatrização estava concluída, não houve diferença de resultado entre os grupos.

A explicação dos especialistas é que o exoesqueleto do crustáceo é rico em um polissacarídeo (quitosana) que, em princípio, contribui para cicatrização e estímulo do colágeno. Porém, ele também tem efeito inflamatório na pele, acarretando em uma reação exagerada do organismo, favorecendo a formação de queloide.

Além do camarão, contudo, há outros alimentos que não são bem-vindos neste momento. Um bom exemplo são os que contêm altas doses de gorduras trans – sorvetes, salgadinhos, congelados, etc. Somado a esse malefício, as altas doses de sódio que eles contêm também levam ao edema (inchaço).

Entre as gorduras saturadas, como já foi dito, existe um grupo que deve ser levado à mesa – o das carnes magras.

Por outro lado, os alimentos embutidos e as carnes vermelhas gordas devem ser evitadas. Carne bovina e gordurosas tem alto potencial inflamatório, produzindo efeitos deletérios na lesão.

Embutidos como salsicha, bacon, presunto, linguiça, peito de peru, mortadela, entre outros. Sua produção envolve fermentação ou adição de sal, podendo ser defumados ou curados. Por esse motivo tem altas quantidades de sódio e gordura trans, que favorecem a retenção de líquidos, acúmulo de toxinas. Consequentemente agravam a inflamação local.

Leguminosas como lentilha, grão-de-bico e feijão são excelentes fontes de proteínas e fibras, desejáveis durante a recuperação pós operatória. A soja, entretanto, é uma exceção ao grupo. Esta é rica em isoflavonas, componente que estimula inflamação tecidual.

Pimentas em geral possuem capsaicina, composto que é favorável para artérias e veias, mas agressivos para pele.

Em conclusão, quando se está programando um procedimento cirúrgico, algumas medidas alimentares podem ser úteis para ajudar no processo pós-operatório, em particular na cicatrização. Porém, mais do que qualquer regra específica ou ditadura, o melhor é sempre o bom senso e uma dieta equilibrada e variada.

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