Politelia nada mais é do que a presença extranumerária do complexo aréolo-papilar (CAP), ou seja, aréola e/ou mamilo.
Essa condição ficou famosa especialmente com o cantor Harry Styles, da badalada banda adolescente One Direction. Ele já confirmou em entrevistas que possui mamilos a mais, atraindo a atenção do público.
O que causa a politelia?
Ocorre por uma falha do desenvolvimento do embrião, a partir da quinta semana de gestação.
A crista mamária é uma dobra de tecido que se estende da axila até a face medial das coxas. Essa crista regride durante a quinta semana de gestação, exceto por uma área sobre a quarta costela, posição normal das mamas. A alteração desse mecanismo pode resultar na politelia. As aréolas e mamilos extranumerários podem ocorrer em qualquer parte do trajeto da antiga crista.
De acordo com a literatura, tem incidência de 0,22% a 5% da população. Pode acometer ambos os sexos, porém é mais frequente em pessoas do sexo feminino, brancas e com registro familiar de variações étnicas.
Como identificar a politelia
Quando é acompanhada de tecido mamário (polimastia), responde às mesmas alterações hormonais da mama normal, podendo apresentar edema, dor e desconforto no período menstrual, além da saída de secreção durante a gravidez e amamentação. A politelia isolada (sem o tecido mamário) costuma ser assintomática e, por esse motivo, é geralmente confundida com lesões cutâneas benignas. Aproximadamente 80% dos casos têm uma apresentação unilateral. Costuma ser evidente já ao nascimento e confirmada por diagnóstico médico após exame clínico.
Pode estar associada a anomalias de outros órgãos, que devem ser investigados. As alterações mais comuns ocorrem no trato gênito-urinário e no coração. Além disso, podem desenvolver doenças próprias das mamas (como alterações na puberdade, neoplasias e displasias – da mesma forma que nas mamas normais).
Procedimento cirúrgico
O tratamento da politelia é simples e pouco invasivo, com retirada local do CAP excedente. Os resultados estéticos costumam ser satisfatórios e com baixos índices de complicação.
Quando há tecido mamário associado, esse também é retirado, com cicatriz resultante variável de acordo com o volume da região.
Caso existam outras malformações associadas de órgãos, essas devem ser tratadas e acompanhadas pelos respectivos especialistas. Sua gravidade depende do tipo de malformação, sendo individualizadas e orientadas caso a caso.