Com o passar dos tempos, os povos mais importantes do mundo procuraram encontrar e entender as proporções presentes no universo. Eles buscavam uma razão pela qual o equilíbrio poderia ser obtido e, com isso, compreender aquilo que chamamos de belo.
Seja na natureza, nas formas das plantas ou em nossa percepção, a harmonia entre as medidas molda nossa concepção sobre a beleza. No caso da face, a combinação harmoniosa é ainda mais importante, pois se trata da região mais expressiva do nosso corpo, na qual movimentos e gestos são intrínsecos à nossa personalidade.
O nariz é uma das principais estruturas dessa região e possui, além de sua importância fisiológica, papel na simetria e excelência do rosto. Por isso, a cirurgia de rinoplastia é tão importante, pois pode reparar características que interferem no funcionamento adequado do nariz ou na sua aparência.
Ao analisar a estrutura nasal, um especialista deve associar a harmonia e a simetria – elementos da beleza universal – aos fatores étnico-raciais do paciente.
Para sua melhor compreensão, falaremos sobre elementos estéticos de referência do nariz.
Com relação às suas partes anatômicas temos:
Ao analisar o paciente de frente, observamos alguns pontos de referência:
A – Radix ou Nasion, corresponde a junção da parte óssea nasal com a testa. Ele pode estar alto no nariz tipo “grego”, ou baixo no nariz “negroide”(veja abaixo).
B – Dorso nasal, a partir do radix até a ponta, sendo constituído por osso na parte superior e 2/3 por cartilagem, nas partes móveis. Do ponto A ao ponto C.
C – Rhinion é o ponto de transição da cartilagem com o osso no dorso nasal.
D – Ponta nasal corresponde ao final do nariz. É a estrutura mais projetada da face, também chamada de lóbulo nasal. É formada pela união das cartilagens alares.
E – Asa ou contorno narinário. Estende-se para os lados e confere a forma a narina.
F – Crista alar, parte mais lateral da base do nariz.
G – Columela é o segmento que separa as narinas e faz a conexão entre a ponta do nariz e ponto subnasal.
Ao verificar as proporções do nariz, são analisados primeiramente os Terços Faciais que dividem a face em regiões superior, médio e inferior (já falamos sobre isso anteriormente, relembre aqui).
A parte superior estende-se da linha do cabelo até a glabela (região entre as sobrancelhas). A parte média compreende a região da glabela até o ponto subnasal (final do nariz). Já a parte inferior vai da região subnasal até o mento (final do queixo). O nariz ocupa o terço médio da face, entre os dois extremos.
Além dos Terços Faciais, ainda são analisados os Quintos Faciais. Para essa análise, a face é dividida verticalmente em cinco partes iguais, devendo o nariz encaixar-se ao meio, ocupando 1/5 da face.
Lembrando que esse pontos são apenas referências e, como a estética não é uma regra matemática e sim uma harmonia, algumas pessoas podem ter um nariz maior do que essas medidas e, ainda assim, serem consideradas bonitas.
Com relação as linhas estéticas, observa-se o dorso nasal, ou seja, o contorno frontal do nariz. São linhas imaginárias que partem paralelas do supercílio e convergem suavemente até a ponta do nariz.
Essas linhas podem evidenciar possíveis assimetrias nasais. Sua medida considerada ideal é entre 8 – 10mm no homem, com um perfil discretamente convexo ou reto, e entre 6 – 8mm na mulher, com um perfil um pouco côncavo.
Ao analisar o perfil, observa-se os ângulos nasofrontal e nasolabial.
No perfil nasal podemos observar os valores considerados esteticamente ideais:
– o ângulo nasofrontal: de 120 e 130 graus para o homem e de 115 a 125 graus para mulher. Quando ocorre a variação inferior desses valores (menor que 110º), o nariz pode apresentar um aspecto curto. Já quando maior que 130º, o nariz pode adquirir uma característica alongada e maior.
– o ângulo nasolabial, os valores padronizados são: 90º a 95º para os homens, e de 100º a 115º para as mulheres. Narizes mais abertos que os ângulos mencionados podem aparentar-se excessivamente arrebitados, enquanto que os narizes com ângulos mais fechados ficam com um aspecto de ponta caída.
Pode-se também traçar uma tangente a uma linha do perfil, para se obter assim o ângulo de rotação da ponta. Para os homens, a rotação deve variar de 0 a 15 graus, enquanto que na mulher de 15 a 30 graus.
Outro fator a ser observado é a projeção da ponta, ou seja, o quanto o nariz projeta-se da face. Esse item pode ser obtido partir do ângulo nasofacial ou pelo Método de Goode em que se observa a relação entre a linha A e B – do radix à ponta – como mostra a imagem. Outra maneira de realizar a medição da projeção é através da sua angulação (33,8º na foto), sendo em torno de 36o no homem e 34o na mulher.
Por fim, outro fator igualmente importante a ser observado é a visão da base nasal. Nela, o nariz idealmente deve ter uma forma triangular. As linhas em verde indicam as laterais da columela. A largura da base idealmente não deve ultrapassar a distância entre os olhos
Tipos de Nariz
O tamanho e formato do nariz são definidos por diversos fatores como raça, tribo, condições climáticas e ambientais. Por isso, originalmente, aqueles indivíduos que viviam em climas mais secos e frios possuíam narizes mais estreitos e, aqueles que viviam em climas mais úmidos e quentes possuíam narizes mas largos. São consequências da seleção natural da evolução humana.
Para classificar os diferentes tipos de narizes encontrados, a Antropologia adota o Índice Nasal, que observa a relação entre comprimento e largura do nariz (IN=largura/comprimento x 100).
Com o índice realizado, temos a classificação:
- Leptorrino: quando o índice nasal é menor que 60%. São narizes estreitos, altos, típicos de caucasianos. Possuem pele fina e ponta mais projetada.
- Platirrino: quando o índice nasal é maior que 80%. São narizes mestiços ou não-caucasianos, também chamados de Negróides. Possuem pouca estrutura óssea e cartilaginosa, com a ponta bulbosa (mais largas), asas maiores e pele grossa.
- Mesorrino: quando o índice varia entre 60 e 80%, também apontado como nariz oriental.
Casos mais comuns que incomodam os pacientes
Muitas variações podem ocorrer no formato de um nariz e, por isso, mesmo dentro de uma classificação, alguns indivíduos podem ter características que o diferenciem dos demais podendo causar incômodo.
As variações não traumáticas mais encontradas são:
- Giba nasal: protuberância no dorso nasal.
- Ponta alongada: ponta geralmente caída, devido a maior projeção.
- Ponta tensionada: conhecida como “nariz de tucano”. Ocorre quando a o dorso é mais alto do que as cartilagens da ponta.
- Ponta arredondada ou bulbosa: ou conhecida como ponta de “bolinha”. Pode ocorrer pelo afastamento do dômus alar, ou seja, afastamento das cartilagens que formam a ponta. Também pode ser causada por uma pele muito espessa.
- Ponta super projetada: Nariz de “pinóquio”
- Ponta sub-projetada: Nariz curto
*Laterorrinia ou rinoescoliose (nariz torto) pode ser de origem congênita (desde o nascimento) ou traumática.
A Rinoplastia é uma das cirurgias mais delicadas. Por esse motivo, é importante contar com um profissional devidamente capacitado, que se atenha às particularidades do caso e considere todas as variáveis possíveis para atingir o melhor resultado, tanto estético quanto funcional.
Tem por objetivo, antes de seguir qualquer regra exata, melhorar a definição de seus elementos, respeitando os padrões étnicos-raciais do paciente.
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