Dra. Marcela Scarpa – Cirurgiã Plástica


O conteúdo descrito abaixo não tem como objetivo substituir a consulta médica, tem caráter informativo destinado aos indivíduos que tenham algum interesse em Cirurgia Plástica. Procure sempre um Cirurgião Plástico habilitado e devidamente registrado na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (http://www.cirurgiaplastica.org.br) e no Conselho Regional de Medicina de seu Estado (CRM).

Fig. 1

De que consiste a mamoplastia de aumento? Quando está indicada?

A mamoplastia de aumento (mais conhecida como “prótese de mama”) é a cirurgia de inclusão do implante mamário de silicone. Atualmente está entre os procedimentos mais realizados por cirurgiões plásticos no Brasil, responsável por 22,5% das cirurgias.
Pacientes incomodadas com o tamanho reduzido das mamas, aquelas cuja perda de peso ou gravidez alteraram sua forma, ou ainda as portadoras de assimetrias podem ser beneficiadas com a colocação destas próteses.

Do que consistem os implantes?

Aprovados pelo FDA (Food and Drug Administration) e ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os implantes são revestimentos de elastômero de silicone, preenchidos com gel coesivo. Podem variar formas, texturas e perfis. Os mais utilizados em cirurgia estética são os redondos, existindo ainda os anatômicos (utilizados em reconstrução de mama pós mastectomia) e cônicos (utilizados em casos estéticos específicos).

Como escolho o tamanho das próteses?

Essa é a parte mais elaborada do planejamento cirúrgico. Devem ser respeitadas as características físicas individuais, como altura, idade, dimensão do tórax, a quantidade e elasticidade da pele (cobertura cutânea), além do próprio tecido mamário. À tais características, associa-se a expectativa da paciente. O cirurgião, após a conversa inicial e o exame físico, sugere o tamanho que ele julga adequado a cada caso, sendo a responsabilidade pela escolha do tamanho da prótese compartilhada com sua paciente.

Qual a possível localização dos implantes?

A escolha da localização depende da quantidade de tecido mamário e da espessura de pele da paciente . O implante pode ser colocado entre o tecido mamário e o músculo peitoral (posição subglandular), entre a fáscia peitoral e o músculo peitoral (posição subfascial) ou abaixo do músculo peitoral maior (posição submuscular – Figura 2). ?Geralmente, a colocação do implante na posição submamária ou subfascial é preferida nos casos em que há tecido mamário suficiente.  Indicações relativas para colocação de implante submuscular são história de câncer de mama na família e pouco tecido para cobertura do implante (pacientes muito magras).

Fig. 2

O pós-operatório desta cirurgia é doloroso?

Geralmente não. Este pós-operatório é bastante confortável, desde que você obedeça às instruções médicas. Eventualmente poderá ocorrer manifestação dolorosa, mais comum em próteses submusculares, mas facilmente controlada com os analgésicos receitados no pós-operatório. Evite a automedicação.

Qual o tipo da anestesia utilizada?

A cirurgia pode ser realizada sob anestesia local e sedação ou anestesia geral. É uma indicação conjunta do cirurgião e seu anestesista de confiança, de acordo com critérios clínicos e de maior segurança para a paciente.

Quanto tempo dura o ato cirúrgico?

Em média de 60 minutos. Entretanto, o tempo de ato cirúrgico não deve ser confundido com o tempo de permanência do paciente no ambiente de centro cirúrgico. Esta envolve também a preparação anestésica e recuperação pós-operatória. Seu médico poderá lhe informar quanto ao tempo total.

Qual o período de internação?

Em geral a paciente tem alta no mesmo dia da cirurgia, porém o tempo de internação varia de acordo com a  evolução e conforto pós-operatório, podendo estender-se de acordo com cada paciente e/ou procedimentos associados.

A cirurgia deixa cicatrizes, onde elas se localizam?

Há 3 vias de acesso principais para colocação da prótese de mama: sulco inframamário (pólo inferior da mama, em seu sulco com o tórax – via mais comum), periareolar (reservado para pacientes com areolas grandes – cicatriz encontra-se na metade inferior desta) e axilar.

É necessário substituir um implante mamário? Depois de quanto tempo?

Sim. Não existem, até o momento, próteses definitivas, portanto você deve considerar a necessidade de novas cirurgias futuras. Não há um prazo fixo para troca, sendo a decisão baseada em critérios clínicos e exames de imagem.

Por que devo trocar meus implantes?

Há algumas situações em que a prótese deve ser trocada. Como qualquer material, elas sofrem desgastes com o passar do tempo, podendo ocasionar pequenas rupturas e gerar dor e desconforto. Outra indicação de troca é a contratura capsular (ambas as situações são confirmadas com exame de imagem como ultrassom e ressonância nuclear magnética).
Causas não relacionadas a prótese são ganho/perda de peso e a queda natural da mama que ocorre com a idade (flacidez), necessitando de nova intervenção cirúrgica com mastopexia (lifting das mamas) e troca do implante.

Devo me preocupar com a rotura da prótese?

Não há preocupação em caso de rotura da prótese, pois o material é coeso (não vaza) e inerte (não prejudicial a saúde).

O que é contratura capsular?

É um tecido cicatricial formado ao redor da prótese. Essa cápsula segue estimulada pelo implante ao longo dos anos, podendo se tornar espessa e causar desconforto e dor. É classificada em graus de acordo com sua gravidade e pode levar à deformidade da mama. Neste caso, é necessário a troca da prótese e a remoção da cápsula formada. Importante salientar que não serão todas as pacientes que apresentarão essa alteração, porém não é possível prever a probabilidade de sua formação. A contratura capsular pode ser precoce ou nunca ocorrer.

O diagnóstico do câncer de mama fica prejudicado com as próteses?

Não, a prótese de mama não prejudica o diagnostico do câncer de mama, nem a avaliação de nódulos que surjam no decorrer da vida da paciente. Hoje em dia já é possível inclusive fazer mamografia em pacientes portadoras de próteses mamárias. Deve-se salientar sua presença antes da realização do exame, para que seja usada a técnica adequada.

No caso de uma gravidez posterior, a amamentação fica prejudicada? E o resultado?

Com relação a amamentação, os fatores a serem considerados são a via de acesso para colocação da prótese e o volume do implante (quando exagerado pode comprimir o tecido glandular sobrejacente e funcionar como fator traumatizador local). A glândula mamária, entretanto, responde naturalmente de forma variável à alteração hormonal da gestação e não há uma regra geral que determine a produção de leite, bem como sua quantidade.
Seguindo um raciocínio lógico, quanto maior a alteração cirúrgica à arquitetura local, maiores as chances de prejuízo em um futuro aleitamento . No entanto, como via de regra, nenhuma dessas cirurgias condena as mulheres a não amamentar.
Quanto ao resultado estético, este poderá ser preservado ou não. Assim como uma pessoa que não possui prótese nas mamas, ela pode evoluir ou não com flacidez após a amamentação.

Recomendações pós operatórias:

  • Evite esforços
  • Mantenha os braços ao longo do corpo, evitando movimentos amplos (pentear ou lavar cabelos, estender ou lavar roupas, dirigir, carregar peso, etc…);
  • Durma com a barriga para cima.
  • Deve-se evitar elevar os braços por um período de 30 dias.
  • Alimentação normal (salvo em casos especiais). Recomendamos alimentação hiperprotéica (carnes, ovos, leite), verduras (principalmente as verde-escuras, como espinafre, couve, brócolis, etc.), legumes e frutas. Não comer doces, gorduras, frituras, etc., esses alimentos são muito calóricos e serão prejudiciais ao resultado final da cirurgia. É importante alimentar-se de forma correta e equilibrada!
  • Não se exponha ao sol ou iluminação fluorescente (bronzeamento artificial) enquanto apresentar equimoses, pois elas podem se transformar em manchas. Os roxos geralmente somem em torno de 2 a 4 semanas, porém este período é variável para cada pessoa.
  • As cicatrizes não podem apanhar sol direto por um período de 18 meses. Utilize bloqueadores solares, mesmo quando estiverem cobertas.
  • O retorno às atividades habituais e ao trabalho varia de acordo com a resistência de cada indivíduo e as atividades exercidas, em média entre 14 e 21 dias. Exercícios físicos mais leves podem ser iniciados com 30 a 40 dias, de forma gradativa e sempre sob orientação do seu cirurgião.
  • Obedeça à prescrição médica. Só utilize medicações prescritas pelo seu médico. Não fazer uso de medicamentos, pomadas, cremes ou massagens indicadas por vizinhos, amigos ou outras pessoas, por mais inofensivas que elas pareçam ser.

Retorne ao consultório para os curativos subsequentes e acompanhamento pós-cirúrgico, nos dias e horários estipulados.


Este texto é de autoria da Dra. Marcela Benetti Scarpa e toda e qualquer forma de reprodução e/ou veiculação somente será permitida mediante prévia autorização por escrito e com indicação de fonte, do contrário, poderá consistir em violação de direitos autorais, conforme a Lei 9.610/98, passível da adoção das medidas cíveis e criminais pertinentes. Para mais informações, acessem nossa Política de Proteção aos Direitos Autorais.

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