Dra. Marcela Scarpa – Cirurgiã Plástica


O conteúdo descrito abaixo não tem como objetivo substituir a consulta médica, tem caráter informativo destinado aos indivíduos que tenham algum interesse em Cirurgia Plástica. Procure sempre um Cirurgião Plástico habilitado e devidamente registrado na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (http://www.cirurgiaplastica.org.br) e no Conselho Regional de Medicina de seu Estado (CRM).

Fig. 1

O que é?

É um procedimento que tem como objetivo levantar o supercílio (sobrancelha), promovendo rejuvenescimento facial.

Qual é a posição ideal do supercílio? O que ocasiona a ptose (queda) do supercílio?

A posição ideal das sobrancelhas tem seu início exemplificado ao traçar-se uma linha imaginária reta que passa pela asa nasal e se estende até canto interno do olho. Seu término, em uma linha que também pela asa nasal e que vai até à extremidade externa do mesmo olho. O início deve ser discretamente mais baixo, ou da mesma altura que seu fim. O ponto mais alto deve corresponder ao terço marcado pela lateral da íris (Figura 2).
Com o envelhecimento há um desequilíbrio entre as forças dos músculos faciais, alterando o padrão anatômico descrito anteriormente. Isso resulta no que chamamos de ptose do supercílio (“olhar cansado”). Essa queda pode deixar, na região lateral da pálpebra, um falso aspecto de excesso de pele local, cujo tratamento envolve apenas a correção desta ptose (em alguns casos, as duas situações – ptose + execesso de pele real – podem ocorrer juntas, necessitando de cirurgias combinadas).

Fig. 2

De que forma a cirurgia para correção da ptose pode ser realizada?

A cirurgia pode ser realizada de 4 formas, a depender do grau de ptose, outras alterações associadas e fatores individuais de cada paciente.
A primeira é via transpalpebral, durante a blefaroplastia, reservada para quadros amenos e discretos. Outra forma é através da ritidoplastia frontal endoscópica (ver tópico descritivo específico). Em pacientes com quadro mais acentuado mas que desejam uma cirurgia menos invasiva, a suspensão isolada do supercílio via frontal pode ser opção. Outro método descrito, mas reservado a casos de exceção, é a elevação das sombrancelhas através de uma incisão realizada acima das mesmas, com ressecção local de pele (técnica chamada Castanhares).

As cicatrizes são visíveis? Onde se localizam?

As cicatrizes descritas de blefaroplastia e ritidoplastia frontal endoscópica estão detalhadas nas descrições específicas de cada uma delas.
Na suspensão de supercílio via frontal, as cicatrizes geralmente localizam-se na região superior da testa (frontal), dentro da área do couro cabeludo. São compostas por 2 pequenas incisões de aproximadamente 3 cm cada. Devido sua região “camuflada” e pequeno tamanho, ficam praticamente imperceptíveis após a recuperação. Na cirurgia de castanhares (de exceção) a cicatriz localiza-se acima de cada sobrancelha, “camuflada” pelo seu desenho.

Como ficarão as cicatrizes?

As cicatrizes, geralmente discretas e escondidas, passam por vários períodos evolutivos:
• PERÍODO IMEDIATO: Vai até o 30º dia e apresenta-se com aspecto pouco visível. Alguns casos apresentam discreta reação aos pontos ou ao curativo.
• PERÍODO MEDIATO: Vai do 30º dia até o 12º mês. Neste período haverá espessamento natural da cicatriz, bem como mudança de sua cor. Este período é o menos favorável da evolução cicatricial; como não podemos apressar o processo natural da cicatrização, recomendamos às pacientes que aguardem, pois o período tardio se encarregará de diminuir os vestígios cicatriciais.
• PERÍODO TARDIO: Vai do 12º ao 18º mês. Neste período, a cicatriz começa a tornar-se mais clara e menos consistente atingindo, assim, o seu aspecto definitivo. Qualquer avaliação do resultado definitivo da cirurgia deverá ser feita após este período.
Lembre-se: Cada paciente comporta-se diferentemente do outro, em relação à evolução cicatricial.

Por quanto tempo persiste o resultado?

A cirurgia da face, pescoço e pálpebras retardam visualmente o processo de envelhecimento. Retardam, mas não interrompem esse processo evolutivo natural do organismo.
O tempo até que os sinais de envelhecimento fiquem mais evidentes irá variar de acordo com as características particulares de cada individuo.

Que tipo de anestesia é utilizado para a operação?

A cirurgia pode ser realizada sob anestesia local e sedação ou anestesia geral. É uma indicação conjunta do cirurgião e seu anestesista de confiança, levando em conta as comorbidades do paciente, o tempo cirúrgico e associação a outros procedimentos.

Qual o período de internação?

Em média de 6 a 24 horas, podendo estender-se de acordo com cada indivíduo e/ou procedimentos associados.

Quanto tempo dura a cirurgia?

O tempo varia de acordo com a cirurgia escolhida. Dependendo do caso, existem detalhes que podem prolongar este tempo. Entretanto, o ato cirúrgico não deve ser confundido com o tempo de permanência do paciente no ambiente de centro cirúrgico Esta permanência envolve também o período de preparo anestésico e recuperação pós-operatória. Seu médico poderá lhe informar quanto ao tempo total.
Há dor no pós-operatório?
Podem ocorrer maior sensibilidade ou pequenos surtos de dor, perfeitamente tratados com o uso de analgésicos (prescritos na alta hospitalar).

Quais os procedimentos que são mais comumente associados?

Procedimentos de rejuvenescimento mais comumente realizados são a lipoaspiração cervical (papada), a cirurgia de pálpebras e a lipoenxertia em face. Pode ainda ser associado o laser de CO2 na sala cirúrgica, com o paciente sob efeito da anestesia.

São utilizados curativos?

Sim. O paciente sai do hospital com uma microporagem na região, que deve ser mantida por 10 a 14 dias de pós operatório. Será trocada pelo seu cirurgião.

Quando poderão ser lavados e penteados os cabelos?

Após a retirada do curativo, no terceiro dia pós-operatório, poderão ser lavados e penteados os cabelos (com cautela) utilizando-se somente a polpa dos dedos (não usar as unhas). Para secá-los, pode ser utilizado secador manual com ar frio. As tinturas geralmente após a 8ª semana. A maquiagem no rosto só deve ser utilizada a partir da 4ª semana.

Há dor no pós-operatório?

A cirurgia da face usualmente não evolui com dor intensa e será facilmente controlada com os analgésicos prescritos.
O “corte de cabelo” preparatório para a cirurgia é muito extenso?
Os cabelos, quando cortados, abrangem apenas as áreas das incisões e são retiradas em grande parte na cirurgia, podendo ser facilmente disfarçadas no pós operatório.

Qual a evolução pós-operatória?

Até que se consiga atingir o resultado almejado, diversas fases evolutivas são características deste tipo de cirurgia. Assim, edemas (inchaço), “manchas” de infiltrado sanguíneo, hipersensibilidade de algumas áreas, insensibilidade de outras, são comuns a todos os pacientes. Evidentemente, alguns apresentarão esses fenômenos com maior ou menor intensidade do que outros. O seu organismo se encarregará de dissipar esses pequenos transtornos. Toda e qualquer preocupação de sua parte deverá ser transmitida ao seu cirurgião, que lhe prestará os esclarecimentos necessários para sua tranqüilidade. Um curto período de “depressão emocional” poderá ocorrer nos primeiros dias, devido ao aspecto transitório, e que geralmente advém da ansiedade em atingir o resultado final rapidamente. Tenha paciência. Lembre-se que nenhum resultado de cirurgia de rejuvenescimento facial poderá ser avaliado antes de pelo menos 3 a 6 meses de pós-operatório.

Quando atingirei o resultado definitivo?

Após o 3º mês já teremos um resultado praticamente definitivo, porém o resultado final poderá ser observado somente após 12 meses.

ORIENTAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS

• Repousar
• Evite esforços, principalmente na 1ª semana.
• Durma com a barriga para cima e cabeceira elevada.
• Evite alimentos excessivamente quentes nos primeiros 3 dias, após esse período, alimentação normal (salvo em casos especiais). Recomendamos alimentação hiperprotéica (carnes, ovos, leite), verduras (principalmente as verde-escuras, como espinafre, couve, brócolis, etc.), legumes e frutas. É importante alimentar-se de forma correta e equilibrada!
• Não se exponha ao sol ou iluminação fluorescente (bronzeamento artificial) enquanto apresentar equimoses (“roxos”), pois elas podem se transformar em manchas, levando longos períodos para desaparecerem. Tais roxos geralmente somem em torno de 4 a 6 semanas, porém este período é variável para cada pessoa.
• As cicatrizes não podem apanhar sol diretamente por um período de 18 meses. Utilize bloqueadores solares, mesmo quando estiverem cobertas.
• O retorno às atividades habituais e ao trabalho varia de acordo com a resistência de cada indivíduo, em média entre 14 e 21 dias. Exercícios físicos mais leves podem ser iniciados com 30 dias, de forma gradativa e sempre sob orientação do seu cirurgião.
• Obedeça à prescrição médica. Só utilize medicações prescritas pelo seu médico. Não fazer uso de medicamentos, pomadas, cremes ou massagens indicadas por vizinhos, amigos ou outras pessoas, por mais inofensivas que elas pareçam ser.

Retorne ao consultório para os curativos subsequentes e acompanhamento pós-cirúrgico, nos dias e horários estipulados.


Este texto é de autoria da Dra. Marcela Benetti Scarpa e toda e qualquer forma de reprodução e/ou veiculação somente será permitida mediante prévia autorização por escrito e com indicação de fonte, do contrário, poderá consistir em violação de direitos autorais, conforme a Lei 9.610/98, passível da adoção das medidas cíveis e criminais pertinentes. Para mais informações, acessem nossa Política de Proteção aos Direitos Autorais.

You cannot copy content of this page